14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

MINASCENTRO - Belo Horizonte /MG | 04 a 06 de Outubro de 2017

Dados do Trabalho


Título

SÍNDROME DE GUILLAIN BARRÉ ASSOCIADO A FEBRE CHIKUNGUNYA

Fundamentação/Introdução

A febre Chikungunya tornou-se um assunto de grande relevância na saúde pública dos países onde ocorrem epidemias dessa doença. Em cerca de metade dos casos existe evolução para a fase crônica, com dor persistente. A infecção pode estar associado a complicações neurológicas como Guillain-Barré, mas são menos comuns.

Objetivos

Relatar caso de manifestação neurológica, Guillain Barré, em febre Chikungunya.

Delineamento/Métodos

J.S.A, 72 anos, masculino, procedente de Fortaleza, CE. Há 1 mês da admissão hospitalar, paciente iniciou quadro de poliartralgia simétrica de pequenas e grandes articulações, febre não aferida que cedia com antipiréticos associada a rash cutâneo difuso. Havia relatos de alucinações visuais e auditivas e agitação psicomotora. Procurou atendimento médico no Hospital de sua cidade, sendo prescrito sintomáticos, recebendo alta após dois dias com melhora do quadro.
Após uma semana do início do quadro, paciente evoluiu com fraqueza muscular progressiva e ascendente, principalmente nos membros inferiores, associado a retenção urinária. Em investigação do déficit neurológico apresentou eletroneuromiografia que evidenciou polirradiculoneuropatia difusa, relativamente simétrica, sensitiva e motora, mielínica e axonal, aguda, com atividade desnervatória atual em músculos distais e proximais, de grau leve em membros superiores e severo em inferiores, compatível com Síndrome de Guillain Barré. O liquor mostrou dissociação proteino-citológica e pesquisa para Herpes Vírus e Chikungunya não reagentes. A ressonância magnética de coluna cervical mostrou focos de alteração de sinal no seu aspecto posterior nos níveis de C3 à esquerda e C6/C7 à direita, com discreto hipersinal em T2 e captação pelo meio de contraste sugestivo de mielite ou desmielinização. Por fim, ELISA IgM Anti-Vírus Chikungunya reagente.

Resultados

Diante dos resultados o paciente foi tratado com pulsoterapia de Imunoglobulina Humana e de Metilprednisolona com melhora parcial do quadro, recebendo alta hospitalar com uso de sonda vesical de alívio. Paciente foi a óbito um mês após a alta com quadro de urosepse.

Conclusões/Considerações finais

As manifestações neurológicas podem estar presentes como complicações da Febre Chikungunya. Até há alguns anos, essa arbovirose era uma patologia incomum na prática clínica. A necessidade de maiores estudos na área é de extrema importância, a fim de garantir um melhor manejo da doença e de suas complicações.

Palavras Chaves

CHIKUNGUNYA; GUILLAIN-BARRÉ; SAÚDE PÚBLICA

Área

Clínica Médica

Instituições

Hospital Geral Dr. César Cals - Ceará - Brasil

Autores

Fernanda Rego Militão, Isabelle Oliveira Parahyba, Lys Carneiro Soares de Castro, Italo Sérgio Cavalcante Oliveira, Paola Lima Lemos