ANÁLISE DE INTERNAMENTOS POR CAUSAS EXTERNAS EM HOSPITAL GERAL DE CAPITAL NORDESTINA NO PERÍODO DE 2011 A 2015, O PERFIL DOS ACIDENTES E DOS PACIENTES.
As causas externas, compreendidas como os acidentes e violências, ocupam posição de destaque no perfil da mortalidade de jovens e crianças acima de um ano de idade. Constituem, assim, importante problema de saúde pública.
Analisar o perfil de internados por causas externas de pacientes internados num hospital geral de uma capital do nordeste brasileiro no período de 2011 a 2015, descrevendo o perfil dos acidentes e dos pacientes.
Trata-se de um estudo quantitativo, observacional, longitudinal e retrospectivo, por meio de análise dos prontuários dos pacientes internados em hospital de urgência e emergência. As variáveis estudadas foram: hora e local da ocorrência, meio de locomoção até o hospital, agravo, idade, sexo, escala de coma de Glasgow, conduta, região corporal afetada e evolução.
Foram avaliados 17189 prontuários, os acidentes de transito representaram 6313 (36,7%), quedas 3751 (21,8%), projetis de arma de fogo 2984 (17,4%), perfurações por ara branca 1276 (7,4%), queimaduras 1011 (5,9%), agressões 775 (4,5%), acidentes de trabalho 531 (3,1%), tentativas de suicídio 497 (2,9%) e afogamentos 51 (0,3%). A faixa etária mais acometida foi de 20 a 39 anos 7886 (45,9%), seguido de 40 a 59 anos 3294 (19,2%), com predominância no sexo masculino 13441 (78,2%), e feminino 3748 (21,8%), principalmente, à noite 6543 (38,1%), vespertino 4992 (29%), matutino 3434 (20%), a madrugada 2218 (12,9%). Com relação ao meio de locomoção o serviço de atendimento móvel de urgência (unidade básica), representou 5850 (34%), a unidade avançada 448 (2,6%), o carro particular 5403 (31,4%), as outras ambulâncias foram responsáveis por 4256 (24,8%) e bombeiros 1232 (7,2%). Houve presença de múltiplas lesões, 3678 (21,4%). As regiões corporais mais lesadas foram membros inferires 4728 (27,5%), cabeça e pescoço 3501 (20,4%) e membros superiores 2335 (13,6%). Com relação a escala de coma de Glasgow, a maioria dos prontuários não possuíam essa informação 7093 (41,3%) escala entre 3 e 8 apresentou 663 (3,7%), entre 9 e 12 estavam 400 (2,3) e 9063 (52,7%) entre 13 a 15. Os procedimentos cirúrgicos foram realizados em 8575 (49,9%).
Dentro desta pesquisa, tornou-se possível fazer o levantamento de alguns aspectos relevantes sobre o perfil epidemiológico do trauma, os quais podem contribuir para subsidiar a construção de políticas para o enfrentamento do agravo.
mortalidade, causas externas, violência
Clínica Médica
KALLEU LEONARDO ANTAO, FERNANDO HENRIQUE DE OLIVERIA SANTA MARIA, ANTONIO CARLOS DE BARROS LIMA, ALAN BLENDO BONFIM CORREIA, ILMA FERREIRA DE OLIVEIRA