14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

MINASCENTRO - Belo Horizonte /MG | 04 a 06 de Outubro de 2017

Dados do Trabalho


Título

Necrólise epidérmica tóxica desencadeada por carbamazepina: relato de caso

Fundamentação/Introdução

A Necrólise Epidérmica Tóxica (NET) consiste em um quadro grave identificado pela ocorrência de erupção generalizada, com bolhas extensas rasas e vastas áreas de necrose epidérmica. O estado geral é grave, podendo evoluir em óbito por suas complicações. É causada por hipersensibilidade tipo IV por imunocomplexos. São fatores de risco para o desencadeamento da doença: tratamento medicamentoso, infecções, idade avançada, suscetibilidade genética, neoplasias e doenças com ativação imune.

Objetivos

Apresentar um caso clínico de farmacodermia devido ao uso de carbamazepina, um medicamento de uso comum.

Delineamento/Métodos

Paciente masculino, 21 anos, indígena da tribo Wapixana com história de esquizofrenia, medicado com carbamazepina a 13 dias. Foi admitido em serviço de urgência e emergência com quadro de lesões cutâneas eritemato-bolhosas generalizada, atingindo mucosa oral, principalmente lábios, com acometimento ocular bilateral e genitália externa, associado a dor intensa generalizada, febre (T 40,6 ºC), disartria, disfagia e de posicionamento em decúbito dorsal. Atendimento inicial de resgate, analgesia, alimentação via sonda nasogástrica, diurese pela sonda vesical de demora, investigação laboratorial com hemograma normal e sorologias negativas.

Resultados

Evoluiu com descamação das lesões, evidenciando solução de continuidade importante pelo corpo, sinal de Nikolski positivo e envolvimento cutâneo superior a 30% da superfície corporal, sugestivo para a hipótese de NET, confirmado com exame anatomopatológico. Após a interrupção do uso da carbamazepina, foi utilizado o curativo diário com agua destilada e sulfadiazina de prata para as lesões cutâneas. Avaliado pela psiquiatria, passou a usar haldol 10 gotas via oral de 8\8h e clonazepam 10 gotas via oral de 8\8h. Sem episódios de agitação psicomotora. Devido ao quadro de conjuntivite, fez uso de vigadexa colírio. Paciente evoluiu com melhora das lesões cutaneomucosas, apresentando epitelização das regiões corporais afetadas, com maculas residuais de distribuição difusa, em zona de pele integra e não afetada pela NET, hemodinamicamente estável, ativo e deambulando normalmente.

Conclusões/Considerações finais

O uso da carbamazepina demonstra ter sido o fármaco desencadeante da reação de hipersensibilidade tipo IV presente no paciente. Foi observada a melhora do paciente com o tratamento equivalente a um grande queimado, sendo o curativo diário com água destilada e sulfadiazina de prata, para prevenir infecções, fatores de melhora eficaz no caso.

Palavras Chaves

Necrólise epidérmica tóxica; efeitos adversos; carbamazepina.

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade Federal de Roraima - Roraima - Brasil

Autores

Caio Brenno Abreu, Jilvando Matos Medeiros, Francisco Israel de Freitas Souza, Joice Barbosa Ferreira, Daniel Lopes Costa