Título

Perfil epidemiológico de morbimortalidade de acidentes com queimaduras de 2007 à 2016 no Estado do Tocantins

Fundamentação/Introdução

As queimaduras – químicas, térmicas ou elétricas de forma geral - são lesões que podem ser simples como uma queimadura solar de primeiro grau, ou até, muito graves, como agressões por fogo de terceiro grau; estas, por sua vez, podem levar ao óbito. Porquanto, sabe-se que o tratamento é dispendioso e demorado, e que, a região norte dispõe de apenas um Centro de Tratamento de Queimados (CTQ) e não está localizado no Tocantins.

Objetivos

Descrever o perfil epidemiológico de morbimortalidade de acidentes com queimaduras em todos os municípios tocantinenses, destacando-se a necessidade de trabalhar com prevenção em todo o estado, principalmente nos grandes centros.

Delineamento/Métodos

Estudo seccional dos casos de queimaduras do estado do TO e notificados pelo Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) para o período de 2007 a 2016.

Resultados

De 2007 a 2016, foram registrados 3.517 casos de queimaduras no Estado do TO, sendo a capital Palmas, responsável por 51,12% dos casos; Araguaína (13,59%) e Gurupi (9,61%). O valor total dessas internações foi de R$ 4.513.007,82 com uma média de R$ 451.300,78/ano. Registra-se, que 2.284 pacientes foram do sexo masculino (64,95%) e destes, 425 (18,60%) são de 1 a 4 anos de idade e 443 (19,39%) de 20 a 29 anos. Outras 1233 internações foram de pacientes do sexo feminino (35,05%) e destas, 269 foram em meninas de 1 a 4 anos (21,81%) e 201 entre 5 e 9 anos (16,30%). Foram contabilizados no estudo 39 óbitos: masculino 23 (58,9%) e feminino 16 (41,1%). Em relação à faixa etária e sexo, os pacientes masculinos foram mais expressivos acima dos 80 anos (16%). No sexo feminino, a maior representatividade foi no intervalo dos 70 aos 79 anos (12,5%). O ano com maior número de casos foi o de 2015, com aproximadamente 603 casos, correspondendo a 1,7x a média do estudo, que é de 351,7 casos por ano.

Conclusões/Considerações finais

As queimaduras são ocorrências comuns e atingem em sua maioria crianças e adultos jovens com dados que continuam em escala crescente. Uma queimadura não tratada corretamente, pode proporcionar graves sequelas e até incapacidade laboral. Além disso, o paciente queimado é oneroso para o sistema, não atraindo assim, a implementação de um CTQ, o que demanda a transferência desses pacientes a outros estados com estrutura adequada para atendimento e respectivo tratamento. Confirmando, assim, a necessidade de investir na prevenção de injúrias que possam gerar queimaduras por meio de ações educativas nas escolas por todo o Estado.

Palavras Chaves

Queimaduras; epidemiologia; prevenção; acidentes; centro de tratamento de queimados; tocantins.

Área

Clínica Médica