Vacinação contra gripe em idosos, uma estratégia eficaz em Copacabana?
Introdução: A influenza é uma patologia viral sazonal que gera volumoso gasto de recursos pelo sistema de saúde. Nos Estados Unidos, de acordo com o Centers for Disease Control and Prevention (CDC), esta doença afetou entre 2015 e 2016, aproximadamente 34 milhões de pessoas, resultando em 19 mil óbitos. No Brasil, a vacina contra influenza é oferecida gratuitamente a populações específicas, incluindo os idosos. Contudo, apesar de ter sua eficácia comprovada, é frequente o relato de casos da doença, incluindo formas graves e óbitos em vacinados, colocando em questionamento a efetividade da mesma na população idosa na redução da incidência de sintomas de gripe.
Objetivos: Este trabalho objetiva analisar se a cobertura vacinal contra influenza para idosos atinge a meta estabelecida pelo Ministério da Saúde, identificar os principais sintomas relatados e motivos que levam os idosos a se recusar a serem imunizados.
Método: Foi realizado um estudo observacional transversal, aplicando questionário, durante as sextas-feiras do mês de Setembro de 2011, em passantes com perfil de amostragem na praça Serzedelo Correia em Copacabana, tendo como população 200 idosos acima de 65 anos, residentes no bairro de Copacabana na cidade do Rio de Janeiro, RJ. Foram excluídos do estudo os indivíduos fisicamente incapazes de serem entrevistados, residentes de comunidades carentes, pacientes institucionalizados e internação hospitalar nos dois meses anteriores ao estudo. Foram considerados casos positivos de influenza de acordo com os critérios apresentados no Tratado de Infectologia 2ª edição, no período de 1 a 30 de agosto de 2011.
Resultados: A meta de imunização estabelecida pelo Ministério da Saúde foi alcançada, com 70% dos idosos tendo recebido a vacina. Foi constatado que 13,57% da população vacinada apresentou sintomas compatíveis com gripe, enquanto 20% dos não vacinados foi acometida pelo vírus, sendo a proteção conferida pela imunização de 32% em relação aos não vacinados, resultado compatível com os relatados na literatura.
Conclusão: Este trabalho refuta a premissa de que a imunização contra a influenza não é eficaz na população idosa do Rio de Janeiro, tendo sido observada a proteção conferida pela medida compatível com os encontrados na literatura, além de constatar a eficácia da estratégia adotada pelo Ministério da Saúde, capaz de reduzir a incidência da doença e seus agravos, bem como atingir a meta de imunização de 70% dos idosos.
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Clínica Médica
Hospital Municipal Miguel Couto - Rio de Janeiro - Brasil
Hananda Alyna Poggio, Rafael Neder dos Santos, Paula Morais Gomes de Oliveira, Eduardo Praxedes Baeta, Pedro Henrique Koch de Souza