DISSOLUÇÃO DE TROMBO INTRACAVITÁRIO COM VARFARINA APÓS FALHA TERAPÊUTICA COM RIVAROXABANA EM PACIENTE JOVEM COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
Trombos intracavitários de ventrículo esquerdo (VE) surgem primordialmente como consequência à isquemia da parede anterior ou apical, no entanto, raros casos podem se desenvolver devido a anormalidades do fluxo sanguíneo, especialmente em pacientes com dilatação ventricular, esses pacientes apresentam risco elevado de embolização sistêmica, portanto devem ser diagnosticados de forma consistente por meio de ecocardiograma transtorácico (ETT), e ter seu tratamento instituído rapidamente. A terapia com inibidores da vitamina K tem sido preconizada para esses pacientes, porém mais recentemente, após o surgimento de novos anticoagulantes orais (NOAC), os mesmos passaram a ser utilizados, ainda que off label, para evitar a formação desses trombos e/ ou dissolver aqueles já existentes.
Elaborar um relato de caso evidenciando terapias alternativas a cirurgia no que tange a dissolução de trombo intracavitário do VE.
Estudo descritivo tipo relato de caso, em que foram utilizadas informações obtidas pela análise de prontuário, exames complementares e revisão de literatura.
Paciente sexo feminino, 43 anos, abriu quadro de insuficiência cardíaca congestiva (ICC) em 2016, evidenciando-se ao ETT fração de ejeção (FE) de 15% e imagem hiperecogênica sugestiva de trombo intracavitário em VE. Instituiu-se terapia otimizada para ICC e anticoagulação com rivaroxabana. Houve melhora da FE (35%) e da sintomatologia após seguimento clínico. Em 2017, em novo ETT, observou-se manutenção do trombo intracavitário, embora com menor dimensão comparado ao do ano anterior, mesmo em vigência de terapia com rivaroxabana, concluindo falha terapêutica desta medicação para este objetivo específico. Assim sendo, optou-se, em detrimento de uma trombectomia cirúrgica inicial, pela tentativa de dissolução utilizando anticoagulação plena com enoxaparina associada ao antagonista da vitamina K varfarina, mantendo-se este último após alta da internação. Uma semana após início das novas drogas e INR em faixa ótima, foi realizado novo ETT, evidenciando ausência de imagem hiperecogênica, permitindo concluir que houve dissolução completa do trombo intracavitário. Resolvido o quadro, paciente recebeu alta e foi encaminhada para seguimento ambulatorial especializado.
O uso dos NOAC na tentativa de dissolução de trombos intra-cavitários no VE precisa ser mais bem esclarecido por meio de estudos com finalidade específica. A varfarina continua sendo a medicação de escolha para essas situações.
Insuficiência cardíaca; trombo intracavitário; dilatação ventricular.
Clínica Médica
Centro Universitário do Espírito Santo - UNESC - Espírito Santo - Brasil
Nathalia Loss Franzin, Vitor Racanelli, Bruna Luisa Ferraço Lima, Bárbara Rodrigues Cordeiro dos Santos, Paulo Roberto Angelete Alvarez Bernardes