14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

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MINASCENTRO - Belo Horizonte /MG | 04 a 06 de Outubro de 2017

Dados do Trabalho


Título

Púrpura Trombocitopênica Idiopática na Gestação

Fundamentação/Introdução

A Púrpura Trombocitopênica Imunológica ou autoimune (PTI) se caracteriza pela produção de autoanticorpos contra proteínas da membrana plaquetária. Essas plaquetas são fagocitadas pelo sistema reticuloendotelial, cursando com trombocitopenia. Na gestação, o diagnóstico de PTI é dificultado por se tratar de causa de plaquetopenia menos comum que trombocitopenia gestacional, pré-eclâmpsia e síndrome HELLP.

Objetivos

Relatar um caso de PTI associada à gestação.

Delineamento/Métodos

Estudo de caso clínico, com análise de prontuário e revisão da literatura.

Resultados

Paciente C.A.S, puérpera de 2 semanas, foi atendida com quadro de sangramento espontâneo caracterizado por epistaxes e petéquias. Relata que os sintomas surgiram durante a gravidez e após o parto manteve os sangramentos espontâneos. Ao exame físico, hipocorada, bom estado geral, com níveis pressóricos de 130x60 mmHg, Fc: 89 bpm, Fr: 22 irpm. Foi realizado a investigação de PTI. Avaliação da lâmina de sangue periférico mostrou anormalidades compatíveis com microangiopatia(anemia e anisocitose moderada), e os exames laboratoriais foram compatíveis com quadro de plaquetopenia (30.000 plaq) idiopática sem outras alterações. Após diagnóstico foi instituído a corticoterapia, com Prednisona 40mg/dose/dia.
Discussão:Os sintomas e sinais da PTI são variáveis desde o paciente assintomático a instalação abrupta de sangramento cutâneo, epistaxe, gengivorragia, hematúria, sangramento em trato gastrintestinal e até em sistema nervoso central. O exame físico mostra apenas o quadro purpúrico. O diagnóstico de PTI é de exclusão, realizado pela história clínica e no exame físico, hemograma completo e esfregaço de sangue periférico. O diagnóstico é realizado quando há: presença de trombocitopenia (menos de 100.000 plaquetas) isolada, sem alterações nas outras séries do hemograma e no esfregaço de sangue periférico e ausência de outras condições clínicas que cursam com trombocitopenia. O tratamento de PTI na gestação permanece motivo de debate e inconclusivo, mas alguns autores recomendam a prednisona, salvo se houver sangramentos significativos, quando imunoglobulina humana deve ser considerada. No momento do parto, seja por via vaginal ou cesáreo, devem ser mantidas, contagens de plaquetas acima de 50.000/mm3.

Conclusões/Considerações finais

Esta paciente não tolerou a dosagem imunossupressor da Prednisona sendo então reduzida de 40mg/dia para 20mg/dia com o controle clinico dos hematomas e epistaxes. Apesar de ser uma doença rara a PTI deve ser investigada como diagnóstico diferencial.

Palavras Chaves

PTI, Gestação, Plaquetopenia

Área

Clínica Médica

Autores

Tamiris Alves Menezes Bernardes, Carlisa Costa Oliveira, Jessica Lara Anjos, Guilherme Rosa Marques Gomes Melo, Milton Peres