14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

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MINASCENTRO - Belo Horizonte /MG | 04 a 06 de Outubro de 2017

Dados do Trabalho


Título

ATRESIA CONGÊNITA DO TRONCO DA CORONÁRIA ESQUERDA: RELATO DE CASO

Fundamentação/Introdução

Introdução: Atresia congênita do tronco da coronária esquerda é definida como agenesia do óstio da coronária esquerda, em que a porção proximal do tronco é interrompida subitamente. É uma afecção potencialmente fatal, extremamente rara - incidência de 0,01 a 0,04% em necropsias, com poucos casos descritos na literatura.

Objetivos

Descrição de caso.

Delineamento/Métodos

Descrição do caso: Feminina, 29 anos, branca, sedentária, sem comorbidades e história familiar negativa para doença arterial coronariana, refere dispneia aos esforços desde a infância, com piora da capacidade funcional nos últimos meses, sentindo dispneia aos esforços habituais assim como dor torácica atípica. Exame físico sem particularidades. Exames laboratoriais, eletrocardiograma, Holter de 24 horas e ecocardiograma transtorácico sem alterações. Ao teste ergométrico infradesnivelamento de segmento ST com 5 minutos de esforço, acompanhado de dor torácica típica. Solicitou-se angiotomografia das coronárias, que demonstrou oclusão de tronco coronário esquerdo (TCE). Durante investigação clínica, paciente teve quadro anginoso típico, sendo internada para seguimento diagnóstico e realização de cineangiocoronariografia, cujo laudo demonstrou artéria coronária direita de grande calibre emitindo ramos colaterais em todos seus segmentos, que fornecem fluxo para coronária esquerda, e TCE com ausência de óstio saindo da aorta, trifurcado, e com “dilatação aneurismática” envolvendo corpo.

Resultados

Realizou-se cintilografia para análise de carga isquêmica e viabilidade miocárdica. Optou-se por cirurgia de revascularização
miocárdica como modalidade terapêutica, com implante da artéria torácica interna esquerda para artéria descendente anterior, na qual não houve intercorrências. Recebeu alta sete dias após procedimento, com uso contínuo de succinato de metoprolol 25 mg/dia. Em acompanhamento ambulatorial com melhora clínica e novo teste ergométrico com boa capacidade funcional e sem alterações de segmento ST.

Conclusões/Considerações finais

Conclusões: A atresia congênita do tronco da coronária esquerda, afecção de alta morbimortalidade, deve ser lembrada em adultos jovens com suspeita de insuficiência coronariana. Para seu diagnóstico, tem-se como achado fundamental o enchimento retrógrado da artéria coronária esquerda a partir de colaterais provenientes da artéria coronária direita ao estudo hemodinâmico. Acredita-se que a revascularização miocárdica é a melhor opção terapêutica, visto que reduz a isquemia, melhora a função ventricular e previne morte súbita.

Palavras Chaves

Atresia congênita. Atresia do tronco da coronária esquerda.

Área

Clínica Médica

Autores

Luiz Carlos Toso, Isabela Taveira Mouzinho, Laura Flores, Giolana Cunha, Kleiton Oliveira