14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

MINASCENTRO - Belo Horizonte /MG | 04 a 06 de Outubro de 2017

Dados do Trabalho


Título

Prevalência de Delirium em pacientes idosos admitidos na unidade de terapia intensiva

Fundamentação/Introdução

O envelhecimento populacional determina maior demanda por leitos de UTI por um grupo com alta prevalência de doenças crônicas e menor reserva orgânica que evolui mais facilmente a um estado crítico. O Delirium é uma condição clínica altamente prevalente na unidade de terapia intensiva sendo associado ao aumento da morbidade, permanência hospitalar e mortalidade. Apesar desse conhecimento, a identificação do Delirium permanece insatisfatória na prática clínica e seu manejo inadequado na maioria dos casos.

Objetivos

Descrever a prevalência e a incidência, assim como a apresentação clínica e os principais fatores de risco associados ao desenvolvimento do quadro de delirium em pacientes idosos admitidos na unidade de terapia intensiva

Delineamento/Métodos

Estudo observacional retrospectivo que incluiu todos pacientes idosos admitidos na UTI do Hospital Nossa Senhora do Patrocínio no período de janeiro a dezembro de 2016. Os instrumentos utilizados foram revisão de dados clínicos e laboratoriais contidos nos prontuários, o CAM –ICU (Confusion Assessment Method) e o CAM –S ( CAM-S Score for Delirium Severity).

Resultados

Foram incluídos na pesquisa 200 pacientes, sendo o gênero predominante o masculino (62,8%) e a média de idade de 74,3 anos. A incidência de delirium foi de 73,6% e a prevalência de 80,8% dentro da unidade de terapia intensiva. Verificou se uma associação significativa entre idade e o episódio de delirium detectado pelo CAM-ICU (p = 0,015). A ocorrência de delirium precoce apresentou uma associação estatisticamente significativa com a taxa de mortalidade hospitalar (p = 0,011). Dentre as variáveis avaliadas, a presença de comprometimento cognitivo (p =0,041), o diagnóstico de fraturas (p = 0,012), antecedente de acidente vascular cerebral (p = 0,011) e o encontro de distúrbios hidroeletrolíticos (p = 0,021) tiveram relação direta com a incidência de delirium. O diagnóstico de Delirium deixou de ser realizado pelo intensivista em 67% dos casos. A taxa de mortalidade no grupo de pacientes com delirium foi de 27,3%. O tempo de internamento foi maior no grupo de pacientes com Delirium (27 dias versus 15 dias).

Conclusões/Considerações finais

O Delirium traz um enorme impacto na saúde dos idosos. Pacientes que desenvolvem delirium podem cursar com pior prognóstico tanto na vigência da internação, quanto após alta hospitalar. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado podem reduzir o tempo de permanência hospitalar, morbidade e custos associados promovendo maior qualidade de vida ao idoso na unidade de terapia intensiva.

Palavras Chaves

Unidade de terapia intensiva; Delirium; Idoso

Área

Clínica Médica

Instituições

Santa Casa Nossa Senhora do Patrocínio - Minas Gerais - Brasil

Autores

Elaine Aparecida Melo, Leila Souza Fraga, Marcus Fabiani Melgaço Diniz, Wallace Pereira