14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

MINASCENTRO - Belo Horizonte /MG | 04 a 06 de Outubro de 2017

Dados do Trabalho


Título

Pancreatite Aguda como manifestação inicial de Câncer de Papila Duodenal: relato de caso

Fundamentação/Introdução

Câncer de papila duodenal é uma doença rara, representando apenas 0,2% dos cânceres gastrointestinais e aproximadamente 7% de todos os cânceres periampulares. A associação de pancreatite aguda como quadro clínico foi descrita apenas algumas vezes. Mais comumente, esse tumor se apresenta com icterícia obstrutiva, perda de peso, anorexia e dor abdominal inespecífica.

Objetivos

Relatar um caso em que a pancreatite aguda se mostrou como manifestação inicial de câncer de papila duodenal, visando lembrar a existência dessa associação, a fim de diagnosticá-la e tratá-la precocemente.

Delineamento/Métodos

Paciente do sexo feminino, 70 anos, foi encaminhada para investigação de dor do tipo queimação em andar superior de abdômen, em faixa, que irradiava para região dorsal, iniciada há aproximadamente 6 dias; a qual melhorava com antiespasmódico e piorava à alimentação, associada a náuseas. Ao exame físico apresentava dor à palpação em epigástrio, sem sinais de irritação peritoneal. Valor de lipase da admissão quantificou 3039 U/I. Não havia particularidades ao ultrassom de abdômen. Considerou-se uma pancreatite aguda, sendo afastadas hipertrigliceridemia, origem alcoólica e hipercalcemia. Não tendo etiologia definida, aventou-se a hipótese de cálculo residual.

Resultados

Paciente sem histórico de pancreatite. Realizou-se colangiorressonância para melhor elucidação diagnóstica, que demonstrou lesão na cabeça pancreática. Paciente evoluiu com importante icterícia no décimo dia de internamento. Foi submetida à cirurgia de Whipple, que ocorreu com duração total de 6 horas e sem intercorrências. Teve seu pós-operatório em UTI, sem maiores sucessões e com significativa melhora de icterícia. O anatomopatológico demonstrou um adenocarcinoma de papila duodenal, do tipo macroscópico nodular, medindo 2,5 cm, estadiado como T4N1MX. Paciente teve alta com quadro clínico estável, sendo agendado seguimento ambulatorial.

Conclusões/Considerações finais

Câncer de papila duodenal apresentando-se com pancreatite aguda ainda é uma associação rara na literatura. A chave para melhorar a sobrevida dos pacientes com esse tipo de tumor é o diagnóstico precoce. Tendo isso em vista, esse caso demonstra a importância de se considerar carcinomas periampulares em pacientes com pancreatite aguda em que não há uma causa óbvia, como libação alcóolica ou cálculo biliar.

Palavras Chaves

Pancreatitis; Ampolla, Vater’s; Adenocarcinoma.

Área

Clínica Médica

Instituições

Pontifícia Universidade Católica do Paraná - Paraná - Brasil

Autores

Andre Gama Palone, Johnathan Gabriel Rodrigues Apolonio, Gabriella Eduarda Jacomel, Murilo Henrique Guedes, Jean Rodrigo Tafarel