14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

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MINASCENTRO - Belo Horizonte /MG | 04 a 06 de Outubro de 2017

Dados do Trabalho


Título

LINFOMA HEPÁTICO NÃO HODGKIN EM PACIENTE PORTADOR DE ARTRITE REUMATOIDE: RELATO DE CASO

Fundamentação/Introdução

O risco de paciente com artrite reumatoide (AR) desenvolver linfoma não‐Hodgkin é cerca de duas vezes mais elevado do que na população geral. A inibição do fator de necrose tumoral (TNF) por terapia anti-TNF no tratamento da AR é considerada como possível fator de risco para desenvolvimento de neoplasias.

Objetivos

Descrever caso de paciente portador de AR que apresentou alterações hepáticas inespecíficas sugestivas de malignidade.

Delineamento/Métodos

Relato de caso ocorrido em Belém (PA), em hospital particular de referência. H.C.L, masculino, 58 anos, casado, natural e residente em Belém. Portador de hipertensão arterial, obesidade, esteatose hepática de longa data e AR, em uso de metotrexato e rituximab, diante da intolerância à terapia com o imunobiológico.

Resultados

Admitido em Unidade de terapia intensiva (UTI) em março de 2017 com quadro de astenia, anorexia, sudorese fria, delirium, perda ponderal de 20kg nos últimos 30 dias, colúria e queda do estado geral há 15 dias. No exame físico inicial, destacou-se hepatomegalia de 6 cm abaixo do rebordo costal, indolor a palpação. Ausência de ascite. Após 7 dias de internação em UTI e com estabilização do quadro séptico, foi transferido para a enfermaria de Clínica Médica para investigação da hepatomegalia e do surgimento de icterícia, colúria, náuseas, escurecimento das fezes e anorexia. TC de abdome e ressonância nuclear magnética (RNM) de abdome superior mostravam aumento volumétrico do lobo hepático caudado e esquerdo. A RNM foi realizada em sequências volumétricas antes e após a administração venosa de meio de contraste paramagnético, com estudo dinâmico em fases arterial portal e tardia. A superfície hepática continha múltiplos nódulos confluentes esparsos pelo parênquima com restrição à difusão, indicando alta celularidade, e realce precoce pelo meio de contraste. A leucocitose (12.000/mm3) e hiperbilirrubinemia persistiram. Foi suspenso o uso de metotrexato e rituximab para o tratamento de AR. A biópsia hepática por videolaparoscopia revelou infiltrado linfoide misto B e T, e a imunohistoquímica apontou presença de marcadores CD20 e Ki67, compatível com linfoma não Hodgkin difuso de células B. Iniciou-se acompanhamento com hematologista e introdução de tratamento quimioterápico intratecal e esquema R-CHOP. O paciente evoluiu com melhora progressiva da icterícia, da ascite e da leucocitose.

Conclusões/Considerações finais

A hipótese diagnóstica de linfoma hepático não Hodgkin em paciente portador de AR que já fez uso de terapia anti-TNF deve ser aventada.

Palavras Chaves

Linfoma não Hodgkin;Artrite Reumatoide

Área

Clínica Médica

Instituições

Centro Universitário do Estado Pará - Pará - Brasil, Hospital Adventista de Belém - Pará - Brasil, Universidade do Estado do Pará - Pará - Brasil, Universidade Federal do Pará - Pará - Brasil

Autores

Gabriela Ferreira Rocha, Patrícia Guedes Ribeiro, Vitor Ferreira Baia, Fábio Daniel Pereira Sampaio, Yasmin Farias Khayat