14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

MINASCENTRO - Belo Horizonte /MG | 04 a 06 de Outubro de 2017

Dados do Trabalho


Título

Incidência de acidentes com animais peçonhentos no estado de Minas Gerais em 4 anos

Fundamentação/Introdução

Animais peçonhentos, seres capazes de produzir ou modificar algum veneno e de injetar o mesmo em sua presa, causadores de acidentes no Brasil são, principalmente: algumas espécies de serpentes, de escorpiões, de aranhas, de lepidópteros, de himenópteros, de coleópteros, de quilópodes, de peixes e de cnidários. Trata-se de um agravo de notificação compulsória em nosso país desde 2011 e considerado pela Organização Mundial de Saúde como doença tropical negligenciada, especialmente, em indivíduos pobres da zona rural.

Objetivos

Expor dados epidemiológicos acerca da incidência de acidentes por animais peçonhentos no estado de Minas Gerais (MG) a fim de construir um panorama da enfermidade em 4 anos.

Delineamento/Métodos

Estudo descritivo que utiliza dados sobre acidentes por animais peçonhentos da plataforma DATASUS. Analisou-se as variáveis: ano e mês do acidente; município; sexo; faixa etária; tempo picada/atendimento; espécie; tipo de aranha e de serpente; classificação quanto à gravidade; evolução final do caso; entre 2011-2014, em MG.

Resultados

Minas Gerais detém 15% da mortalidade nacional nessa comorbidade, obtendo 107.003 de incidência entre 2011-2012. Anualmente, observa-se constante aumento nos casos, maior em 2014 (29.739). De agosto-dezembro o incremento em eventos mostra seu padrão sazonal. Dentre os municípios do estado, Montes Claros é responsável pela maioria dos quadros (4.711), seguida de Belo Horizonte (4.410).Os homens foram mais acometidos (85,1%), bem como indivíduos de 20 a 39 anos (31,6%). Em 48,7% dos incidentes, o atendimento se deu na primeira hora do ocorrido. Quanto ao tipo de acidente, os escorpiônicos são mais recorrentes (60,2%), seguido dos ofídios (22%) e aracnídeos (18,5%), com a maioria destes composta por aranhas de espécies não informadas (34,1%). Em relação aos óbitos, a taxa de mortalidade é de 1,5‰. Os acidentes ofídicos exibem maior percentual de evolução para casos graves (9%) e maior número de óbitos (2,9%), já os escorpiões respondem por 1,3% das mortes.

Conclusões/Considerações finais

A partir do perfil traçado, conclui-se que, em MG, houve um crescente aumento de casos de acidentes por animais peçonhentos entre 2011-2014. Há predomínio em homens até 39 anos e o atendimento ocorre dentro da primeira hora do ocorrido. Escorpiões foram os maiores causadores, seguidos de cobras e aranhas – sendo essas, em grande parte, espécies não informadas. Os acidentes ofídicos estão mais relacionados com complicações severas e com mais óbitos.

Palavras Chaves

Animais venenosos; Mordedura de serpente; Picaduras de aranhas; Picada de escorpião

Área

Clínica Médica

Autores

Livia Liberata Barbosa Bandeira, Camylla Santos Souza, Danielle Reis Marques, José Mateus Souza Ribeiro, Joao David Souza Neto