Hiperparatireoidismo secundário à doença renal crônica em unidade de hemodiálise de Paracatu-MG
O hiperparatireoidismo secundário consiste na elevação de níveis séricos de paratormônio (PTH) e hiperplasia das glândulas paratireoides, que pode ter início em todos os estágios da doença renal crônica (DRC), acarretando aumento da mortalidade e um impacto negativo na qualidade de vida dos pacientes, os quais possuem risco 4,4 vezes maior de sofrer uma fratura. Valores do PTH intacto acima de 300 pg/ml são considerados para diagnóstico.
Investigar a prevalência do hiperparatireoidismo secundário à DRC em pacientes atendidos na unidade de hemodiálise de Paracatu-MG durante o ano de 2016.
Estudo descritivo transversal retrospectivo realizado através da coleta de dados nos prontuários dos pacientes submetidos à terapia renal substitutiva na unidade de hemodiálise de Paracatu-MG durante o ano de 2016. As variáveis investigadas foram: faixa etária, sexo e níveis de PTH. A análise dos dados foi descritiva e realizada por meio do programa estatístico Minitab 18.
Durante o ano de 2016, 51 pacientes realizavam hemodiálise na unidade de estudo. Foram excluídos 3 prontuários, por não conterem dosagem do hormônio. A amostra constituiu-se então de 48 pacientes, com média de idade de 54,6 anos, sendo 56,2% do sexo masculino e 43,8% do sexo feminino. Em relação ao tempo de hemodiálise, a média encontrada foi de 5,8 anos. O número de pacientes com PTH acima de 300 pg/ml foi de 25, resultando em uma prevalência de 52%. A distribuição dos pacientes de acordo com os níveis do hormônio evidencia que 29% da amostra possui PTH entre 301-600 pg/ml; 17% entre 601-1000 pg/ml e 6% acima de 1000 pg/ml. Foi feita a análise da evolução na 2ª coleta do ano, porém apenas 44% dos pacientes acometidos possuíam este registro. Constatou-se que 9% teve normalização do hormônio; 36% permaneceram com PTH elevado, mas em níveis inferiores; e 54% tiveram elevação dos níveis de PTH. Verificou-se o tratamento da doença, porém foram encontrados registros em apenas 48% dos prontuários, sendo que a totalidade destes faz uso de alfacalcidol.
A elevada prevalência do hiperparatireoidismo secundário à DRC foi similar a outros estudos nacionais. Conclui-se que novas estratégias contidas nas atuais diretrizes para o controle da doença devem ser consideradas, como a utilização de medicamentos que passaram a ser disponibilizados recentemente. A realização de levantamentos de dados, como os contidos neste estudo, permite melhor planejamento da assistência aos pacientes.
Clínica Médica
Faculdade Atenas - Minas Gerais - Brasil
Larissa Aparecida Pereira da Silva, Kamila Gonçalves da Silva, Talitha Araújo Faria