14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

MINASCENTRO - Belo Horizonte /MG | 04 a 06 de Outubro de 2017

Dados do Trabalho


Título

Lidocaína intravenosa como alternativa para o controle da dor isquêmica na UTI: relato de caso

Fundamentação/Introdução

A lidocaína é amplamente utilizada como anestésico local e seu uso intravenoso vem sendo difundido desde a década de 1960 para diversas finalidades. Além de ser utilizada como antiarrítmico, esta terapia tem se mostrado eficaz no controle da dor refratária a opioides, dor isquêmica, dor neuropática, dor pós-operatória, entre outras indicações, inclusive no contexto do departamento de emergência.

Objetivos

O intuito do presente relato de caso é suscitar o debate sobre as indicações presentes na literatura que possam auxiliar o manejo da dor também na UTI com a administração intravenosa da lidocaína.

Delineamento/Métodos

Relatamos o caso de um senhor de 63 anos, ex-tabagista, admitido na unidade de terapia intensiva (UTI) após uma cistoprostatectomia radical com derivação a Bricker. O paciente foi extubado três horas após e começou a queixar-se de dor forte (escala visual analógica - EVA 9/10) em membro inferior esquerdo. Um Doppler sugeriu obstrução arterial sendo submetido à embolectomia. Menos de 12 horas depois o paciente evoluiu com dor intensa na porção distal da perna apesar de melhora na circulação. Avaliação neurológica evidenciou alterações da sensibilidade superficial e profunda abaixo do joelho; fraqueza muscular e hiporreflexia profunda. Considerada a hipótese de neuropatia isquêmica. Apesar do uso de dipirona e morfina, o paciente relatava dor 10/10. Sua prescrição foi modificada para associação de gabapentina, nortriptilina e aumento da morfina. Ainda sem melhora, a opção foi o uso da lidocaína 2% intravenosa (3mg/kg diluído em 100ml de solução fisiológica em 1 hora). Decorridos 20 minutos após a infusão o paciente relatou melhora de 50% na dor (de 10 para 5).

Resultados

A lidocaína é uma boa opção, muitas vezes desconhecida ou subutilizada, no tratamento da dor refratária no paciente na Unidade de Terapia Intensiva. No caso desse paciente com dor relacionada à isquemia do membro inferior, a lidocaína apresentou boa correlação com a melhora da intensidade dolorosa quando administrada em infusão pelo período de 1 hora na dose de 3mg/kg.

Conclusões/Considerações finais

A lidocaína é interessante ferramenta no controle da dor no contexto da terapia intensiva. Seu uso quando associado a outras drogas como AINE, opioide ou analgésico comum possibilita melhor controle da dor para uma parcela significativa de pacientes, bem como a redução da necessidade de opioide. O baixo custo da medicação, sua segurança e acessibilidade podem constituir uma opção para o controle da dor.

Palavras Chaves

dor; lidocaina; neurite isquêmica; dor neuropática; dor pós operatória; uti

Área

Clínica Médica

Instituições

FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DE BARRETOS DR. PAULO PRATA - São Paulo - Brasil, FUNDAÇÃO PIO XII - HOSPITAL DE CÂNCER DE BARRETOS - São Paulo - Brasil

Autores

RODRIGO ALVES DOS SANTOS, LETICIA SANTOS DE OLIVEIRA, CAMILA BORELA, VITORIA DE PAULA BETTIN, JORGE ALBERTO MARTINS PENTIADO JUNIOR