Estrongiloidíase Pulmonar em paciente imunocompetente
As doenças pulmonares eosinofílicas apresentam-se com eosinofilia acometendo os pulmões. Podem ser de difícil diagnóstico, por serem pouco frequentes.
Relato de caso incomum em paciente imunocompetente.
Paciente D.S., 69 anos, previamante diabético tipo II e DPOC, foi admitido no dia 10/07/17, devido a dor, cianose, pulsos não palpáveis em membro inferior esquerdo(MIE). Submetido a amputação a nível de coxa esquerda, recebido na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) com murmúrios vesicular presentes bilateralmente com presença de sibilos. Paciente com importante carga tabágica, por 50 anos e TEP prévio há 02 anos.
No 1º PO paciente evoluiu taquidispneico, com persistência de sibilos. Iniciado moxifloxacino com melhora da leucocitose e padrão de ventilação. No 3º PO, paciente recebeu alta da UTI, com persistência dos sibilos na ausculta pulmonar(AP). Ao rx de tórax apresentava uma opacidade em ápice direito. No dia 16/07/2017, recebeu alta com antibiótico para casa.
Paciente retorna ao serviço no dia 17/07/2017, devido frieza, flictema e edema em membro inferior direito, associado a dispneia importante. À AP apresentava sibilos difusos e estertores em ápice direito. Nos exames laboratoriais foi encontrado PCR elevada, neutrofilia e eosinofilia importante. Optou-se por iniciar Tazocin, e além disso, foram realizadas medidas para broncoespasmo. Na Tomografia Computadorizada de tórax, notou-se redução do volume do lobo superior do pulmão direito com destruição arquitetural, associado a atelectasia, bronquiectasias e cavitações, que sugeriam alteração crônica, associadas a componente infeccioso. Após 2 dias, sem melhora clínica, foi ampliado esquema com Meropenem, porém, o paciente evoluiu com piora do padrão respiratório , sendo encaminhado para UTI. Foram solicitadas 3 amostras BAAR e hemocultura, todas negativas. Foi coletada secreção traqueal que apresentou pseudo-hifas e parasitas sugestivos de Strongyloides stercoralis, além de crescimento de germes gram-negativos em cultura. Com esses achados, foi confirmada Síndrome de Löefler. Iniciou-se Ivermectina e Albendazol, além de Vancomicina e Voriconazol. Foi solicitado também teste para HIV, com resultado negativo. Após 7 dias de tratamento houve melhora significativa da eosinofilia, porém, paciente evoluiu com instabilidade hemodinâmica e insuficiência renal aguda. Manteve neutrofilia e PCR elevado
Sd. de Loefler requer alta suspeição para diagnóstico.
Caso é relevante por acometer paciente imunocompetente.
síndromes-hipereosinofílicas, estrongiloidíase-pulmonar
Clínica Médica
Hospital Evangélico de Londrina - Paraná - Brasil
Leonardo Giovanini Rossetto, Raquel Ferreira Nassar Frange, Luiz Fernando Kunii, Raphael Donadio Pitta, Jamile da Cota Riechi