14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

MINASCENTRO - Belo Horizonte /MG | 04 a 06 de Outubro de 2017

Dados do Trabalho


Título

GRAU DE INCAPACIDADE FÍSICA E LIMITAÇÃO DE ATIVIDADE EM PACIENTES PÓS-ALTA DE HANSENÍASE DA ANTIGA ÁREA DO HOSPITAL-COLÔNIA DE MANAUS-AM

Fundamentação/Introdução

A hanseníase é uma doença granulomatosa de manifestação dermatoneurológica afetando nervos periféricos. Com isso, surgem sequelas que geram deficiência física e anatômica para realização das atividades cotidianas.

Objetivos

Verificar o grau de incapacidades da OMS (GI-OMS), a limitação de atividades e o escore de consciência de risco avaliada pela escala Screening of Activity Limitation and Safety Awareness (SALSA) em pacientes pós-alta de hanseníase.

Delineamento/Métodos

Estudo transversal descritivo de 15 pacientes diagnosticados entre 2001 a 2011, residentes na área do antigo hospital-colônia de Manaus-AM, Brasil. Utilizou-se questionário próprio para coletar dados socioeconômicos e clínicos. A deficiência foi medida pelo GI-OMS e a limitação de atividades pelo SALSA, que tem seguintes classificações: 10-24 (sem limitação), 25-39 (limitação leve), 40-49 (limitação moderada), 50-59 (limitação severa) e 60-80 (limitação muito severa). O escore de consciência de risco à incapacidade física é também obtido pelo SALSA, podendo variar de 0 a 11. Escores altos indicam alto nível de consciência de risco.

Resultados

Encontrou-se média de idade de 41,8 ± 14,2 anos, 66,7% (n=10) dos pacientes do sexo masculino, 40% (n=6) com ensino fundamental incompleto e 93,3% (n=14) com renda familiar de 1 a 3 salários mínimos. O tempo médio em tratamento era de 13,6 ± 12,78 meses. A forma clínica virchoviana foi observada em 46,7% dos casos (n=7) e a classificação operacional multibacilar esteve presente em 73,3% (n=11) do total de pacientes. Em 80% (n=12) dos pacientes foi encontrado algum grau de deformidade, sendo 53,3% (n=8) com alteração da força muscular dos pés e 66,7% (n=10) com alteração da força nas mãos. O GI-OMS foi avaliado no momento do diagnóstico e pós alta. No diagnóstico, percebe que 40% (n=6) dos casos apresentavam grau 0, seguido por 33,3% (n=5) com Grau 2 e 26,7% (n=4) com Grau 1. No momento pós-alta, constatou que 46,7% (n=7) dos casos possuíam grau 2, 33,3% (n=5) com grau 1 e 20% (n=3) com grau 0. Em relação ao nível de limitação e escore de consciência de risco, 53,3% (n=8) apresentavam limitação leve e 66,7% (n=10) dos casos tinham escore de consciência de risco < 3.

Conclusões/Considerações finais

Nos casos avaliados, houve aumento do grau de incapacidade física com o passar do tempo, grau de limitação leve e baixa consciência de risco em relação à hanseníase e suas incapacidades no momento pós-alta, corroborando com a ideia de que esta doença é incapacitante, modificando o aspecto funcional do paciente através de limitações.

Palavras Chaves

Hanseníase; incapacidades e saúde; limitação crônica da atividade; epidemiologia; escalas.

Área

Clínica Médica

Instituições

FUNDAÇÃO DE DERMATOLOGIA TROPICAL E VENEREOLOGIA ALFREDO DA MATTA - Amazonas - Brasil, HOSPITAL ADVENTISTA DE MANAUS - Amazonas - Brasil, UNIVERIDADE FEDERAL DO AMAZONAS - Amazonas - Brasil

Autores

ROBERTO FERNANDES SOARES NETO, MARIA DA GRAÇA SOUZA CUNHA, JEROCÍLIO MACIEL DE OLIVEIRA JÚNIOR, SILDOMAR QUEIROZ E SILVA, TAYANE FERREIRA BRITO