14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

MINASCENTRO - Belo Horizonte /MG | 04 a 06 de Outubro de 2017

Dados do Trabalho


Título

RELATO DE CASO: Distúrbio de coagulação secundário à infecção viral – Púrpura trombocitopênica imune após quadro de Dengue.

Fundamentação/Introdução

A dengue é uma doença de amplo espectro, sendo dinâmica em suas variações clínicas, exigindo uma avaliação constante do quadro; tornou-se nas últimas décadas a arbovirose que mais acomete seres humanos. Já a Púrpura trombocitopênica imune (PTI) é um distúrbio da coagulação causado pela produção de anticorpos, por reação cruzada, que reagem com as plaquetas e permite que sejam fagocitadas no organismo, diminuindo sua disponibilidade e produção, podendo desenvolver quadros hemorrágicos graves

Objetivos

Descrever o caso de um paciente com PTI secundária à uma infecção viral.

Delineamento/Métodos

-

Resultados

Trata-se de paciente de 33 anos, sexo masculino, que deu entrada no serviço de referência, transferido da cidade natal. Apresentou um quadro de gengivorragia e petéquias em mucosa oral e procurou Unidade básica de saúde para avaliação médica. No dia seguinte relatou piora do quadro, evoluindo com hematúria e petéquias em membros inferiores (MMII). Nega episódios de febre, dor ou qualquer outra alteração urinária, exceto hematúria durante quadro. Relatou episódio de dengue com início há duas semanas, tratado e com melhora em sete dias. Ao exame de admissão, apresentava petéquias difusas pelo corpo, sobretudo em MMII e mucosa oral. Nos exames laboratoriais de admissão apresentou plaquetopenia importante. Foi transferido para o centro de terapia intensiva (CTI) no mesmo dia, com hipóteses diagnósticas de Febre Hemorrágica – Dengue em fase crítica com sinais de alarme - e PTI devido episódio de Dengue seguido de quadro purpúrico e plaquetopenia. Foram solicitados exames de acompanhamento laboratorial e sorologias para Dengue, Lepstospirose, Febre Maculosa e Febre Amarela (FA). Sorologias negativas, exceto para dengue com IgG e IgM positivos, e PCR negativo para Dengue, FA e Zika. Iniciado tratamento com Prednisona 90mg (1mg/kg/dia) uma vez ao dia e acompanhamento laboratorial. Paciente evoluiu com melhora clínica, sem hemorragias e recuperação da plaquetopenia, recebendo alta do CTI para enfermaria cinco dias depois. Foi acompanhado na enfermaria até melhora do quadro possível de alta hospitalar.

Conclusões/Considerações finais

A PTI é um diagnóstico de exclusão, baseado no quadro clínico de hemorragia cutânea e plaquetopenia. O acompanhamento por exames laboratoriais é importante para estratificar o paciente e guiar as condutas tanto de tratamento quanto de seguimento, uma vez que o diagnóstico diferencial entre as entidades clínicas supracitadas é de extrema importância.

Palavras Chaves

Púrpura Tombocitopênica imune; Dengue; Febre hemorrágica; plaquetopenia.

Área

Clínica Médica

Instituições

UFVJM - Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - Minas Gerais - Brasil

Autores

Pedro Henrique Rocha Rezende, Fabiana Souza Máximo Pereira, Marcelo Gustavo Ribeiro Paixão, Isadora Ramires Bahia