Título

Relato de caso: Ascite Quilosa, Entidade Clínica Rara

Fundamentação/Introdução

A Ascite Quilosa é uma entidade clínica pouco frequente, ocorrendo em 1: 50.000 a 1:100.000 nas admissões hospitalares, caracterizada por líquido ascítico de aparência leitosa, com conteúdo de triglicerídeos maior que 1000 mg/dl ou 2 a 8 vezes acima do nível plasmático.

Objetivos

Demonstrar a relevância da investigação da causa da ascite quilosa sendo uma entidade de difícil diagnóstico e manejo, necessitando de vários recursos diagnósticos e terapêuticos para elucidação e resolução da causa base.

Delineamento/Métodos

Descrição do caso
Paciente, RCA, 59 anos, sexo masculino, procura PS com queixa de aumento do volume abdominal de início há dois meses. Nega dor abdominal. Apresenta Diabetes Mellitus e Hipertensão arterial como comodidades. Relata tabagismo durante 15 anos. Negava antecedentes pessoais de etilismo e uso de drogas ilícitas. Ao exame físico, apresentava-se desidratado 2+/4+, com ascite importante, associado a edema 2+/4+ de membros inferiores, frio, indolor. Realizou ainda, paracentese de alívio e diagnóstica há cinco dias, em outra unidade, com saída de três litros de líquido ascítico de aspecto leitoso. Na análise do líquido, observou-se: triglicerídeo ascítico de 205 mg/dl e triglicerídeo plasmático de 67 mg/dl, confirmando o diagnóstico de ascite quilosa. Realizado manejo com diurético e albumina. Na ultrassonografia de abdome total foi visualizado aumento relativo do lobo esquerdo do fígado, hepatopatia crônica, sinais de hipertensão portal, discreta esplenomegalia homogênea e ascite moderada. À endoscopia digestiva alta, varizes de esôfago F2 e em seguida, ligadura elástica em dois mamilos. Durante internação, paciente evoluiu bem, mantendo-se estável, com perda de um quilo de peso por dia após o início do diurético.

Resultados

Descrição do caso

Conclusões/Considerações finais

A Ascite Quilosa pode estar presente em diversas situações clínicas, como cirrose hepática, traumas abdominais, fibrose pulmonar idiopática e anormalidades congênitas do sistema linfático. A maior parte dos casos, porém, está associada à malignidades, principalmente linfomas e carcinomas do trato digestivo, trazendo alta morbidade aos pacientes e desafio para aqueles que os tratam, fazendo-se necessário investigação diagnóstica para se ter conhecimento da sua patologia causal.

Palavras Chaves

Neoplasia, Ascite, Quiloperitôneo, Diagnóstico.