Análise epidemiológica dos pacientes captados voluntariamente na Campanha Nacional do Diabetes Mellitus, realizada na Associação Nacional de Atenção ao Diabetes (ANAD) em novembro de 2016.
Estima-se que o Diabetes Mellitus (DM) afete cerca de 387mi de pessoas no mundo¹ e 46% destas ainda sem o diagnóstico da doença. Nos estudos analisados identificou-se uma prevalência de DM maior na população feminina. A idade média foi de 63,4 anos. Sendo o DM uma doença de grande importância socioeconômica, a prevenção e o diagnóstico precoce são essenciais para uma boa prática de saúde pública do país.
Analisar a prevalência de Pré-Diabetes Mellitus (Pré-DM) e de DM em pacientes sem o diagnóstico prévio da doença em pacientes captados durante a campanha nacional de DM. Analisou-se também a frequência entre os gêneros (homem vs mulher) e a idade média encontrada.
Trata-se de um estudo ecológico que utilizou dados da “Campanha Nacional de Diabetes Mellitus”, realizada na ANAD, no período de 07 a 11 de novembro de 2016, em São Paulo/SP. Utilizamos para a notificação de casos suspeitos de Pré-DM e/ou de DM os valores alterados de glicemia capilar. Os pacientes foram divididos em dois grupos: Grupo 1: pacientes em jejum por mais de quatro horas e Grupo 2: pacientes que não se apresentavam em jejum. Dentre os grupos, subdividimos o Grupo 1 em Glicemia de Jejum (Gj) até 99mg/dL, Gj de 100 a 126mg/dL, Gj de 126 a 180mg/dL e Gj maior ou igual a 180mg/dL. O Grupo 2 foi subdividido em Glicemia pós prandial (Gpp) até 140mg/dL, Gpp de 140 a 180 mg/dL e Gpp maior ou igual a 180mg/dL. Para as análises estatísticas utilizados o teste Two-way ANOVA e t-students, ambos considerando p valor=0,05.
Verificou-se 181 pacientes com alteração da glicemia capilar, destes, 42 pacientes (23%) sem o diagnóstico prévio de Pré/DM ou DM. Sendo, 26 homens e 16 mulheres. Não houve significância estatística entre os gêneros, para o diagnóstico de Pré-DM ou DM (p=0,50 e p=0,20, respectivamente). A idade média no diagnóstico foi de 54 anos.
A campanha pré-diagnosticou 42 pessoas, ou seja, 23% com alteração glicêmica e sem o diagnóstico prévio de DM. Contrariando os demais estudos já realizados, na população analisada a idade média foi menor que o esperado (< 9,6 anos) e verificou-se um número maior de homens com hiperglicemia (56%), porém, não houve relevância estatística entre os gêneros. Todos pacientes foram instruídos a manter dieta balanceada, atividade física e a procurar atendimento médico especializado. Mais que o diagnóstico, a importância da campanha está na orientação e na conscientização da população em se manter um estilo de vida saudável e seguimento ambulatorial constante.
Clínica Médica
Tatiana Siqueira Capucci, Mariana Accioly Carrazedo, Lais Oiveira Hernandes, Fadlo F Fraige