14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

MINASCENTRO - Belo Horizonte /MG | 04 a 06 de Outubro de 2017

Dados do Trabalho


Título

ARTRITE PERSISTENTE DE INÍCIO TARDIO PÓS CHIKUNGUNYA

Fundamentação/Introdução

O Chikungunya vírus é um RNA vírus da família Togaviridae do gênero Alphavirus. A afecção da Chikungunya (Ch) se caracteriza por uma síndrome febril de início súbito associada à dor articular intensa e debilitante, rash cutâneo, cefaleia e mialgia. Chama a atenção a poliartrite simétrica que parece afetar até 80% dos pacientes e persiste de meses a anos. O espectro das manifestações reumáticas e musculoesqueléticas pós Ch é variado, podendo incluir até artrite reumatoide, que se desenvolve em aproximadamente 5% dos pacientes.

Objetivos

Descrever um caso atípico de paciente portador de artrite grave e tardia por Ch.

Delineamento/Métodos

relato de caso

Resultados

Masculino, 65 anos, pardo, procurou serviço médico com quadro de febre, astenia, e artralgia de início súbito, sendo tratado com sintomáticos e evoluindo com remissão dos sintomas. Após 10 meses, procurou ambulatório apresentando anorexia intensa, perda de peso, febre, adinamia, poliartrite em joelhos, mãos, tornozelos e punhos, limitando o movimento. Ao exame físico apresentava ausência de linfonodos palpáveis, ausculta cardíaca e pulmonar normais, abdome sem alterações teste de Squeeze positivo, artrite de mãos, punhos, joelhos e tornozelos. Iniciado prednisona 40mg/dia, paracetamol 500 mg e tramadol 50 mg 3x ao dia, apresentando melhora. Exames laboratoriais, com resultado de Fator Reumatóide negativo, Anti-CCP (Anticorpos antipeptídeo citrulinado) negativo, FAN (Fator Anti-Nuclear) 1/320 padrão anéis e bastões, PCR 48, Ferritina 520 µg/L, eletroforese de proteínas normal, sorologias para hepatites, sífilis, HIV, parvovirus negativos, radiografia de toráx, mãos e joelhos normais, USG abdominal normal. Após confirmação laboratorial com sorologia IgG positiva e IgM negativa para Ch, houve introdução de sulfassalazina 1500mg/dia e metotrexato 15mg por semana, associado ao acido fólico 5mg semanal e redução da prednisona para 10mg/dia, evoluindo com melhora clínica.

Conclusões/Considerações finais

Cerca de 40% dos infectados em fase crônica, tem melhora entre 2 a 3 meses, no entanto 10% deles persistem e recebem tratamento por mais 3 ou 4 meses, muitas vezes evoluindo para poliartrite severa e persistente, mimetizando ou desencadeando artrite reumatoide, necessitando de opioides fracos, corticoesteroides em baixas doses (5 a 20 mg/dia) e até medicamentos como as DMARDS (Drogas Modificadora da Atividade da Doença) a exemplo de: sulfassalazina e metotrexato, em casos graves para controle da atividade inflamatória da febre Ch.

Palavras Chaves

chikungunya, artrite, DMARDS

Área

Clínica Médica

Autores

VICTOR LUCENA DE LEMOS, RENATA LIMA MEDEIROS, CAROLINE CARDOSO DA COSTA, IGOR NAVARRO DE SOUZA ARAUJO, ANDRÉ CHAVES DE MIRANDA CAMPOS