14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

MINASCENTRO - Belo Horizonte /MG | 04 a 06 de Outubro de 2017

Dados do Trabalho


Título

ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO HEMORRÁGICO COMO APRESENTAÇÃO INICIAL DE LEUCEMIA PROMIELOCÍTICA AGUDA: RELATO DE CASO

Fundamentação/Introdução

A leucemia promielocítica aguda (LPA) tornou-se a forma mais curável de leucemia mielóide aguda após o advento do ácido trans retinóico. No entanto, as mortes prematuras pela coagulopatia associada à doença estão relacionadas com falha no tratamento e ocorrem dentro dos 30 primeiros dias após o diagnóstico.

Objetivos

Relatar um caso de LPA de alta agressividade, com rápida evolução a óbito; chamar atenção para a Doença Cerebrovascular como apresentação inicial de LPA e da importância de um diagnóstico precoce dessa condição.

Delineamento/Métodos

Foi realizado estudo do caso por meio de revisão de prontuário eletrônico.

Resultados

Paciente masculino, 13 anos, evoluiu com quadro de cefaleia súbita intensa, foi levado a Unidade de Pronto Atendimento, sendo medicado com sintomáticos e liberado. Após 3 dias a cefaleia voltou associada a perda da visão bilateral. Foi encaminhado ao hospital, avaliado pela equipe da neurologia e submetido a tomografia computadorizada que evidenciou hemorragia intraparenquimatosa. Foi transferido para Unidade de Terapia Intensiva (UTI), sonolento, escala de coma de Glasgow (ECG) 10, hemiplegia à direita, hemorragia gengival, equimoses espontâneas em coxa direita e joelho esquerdo, hepatomegalia de 4 cm, adenomegalia cervical de 1,5 cm. O hemograma realizado evidenciou 5.8 g/dL de hemoglobina (Hb), 16.7% de hematócrito (Ht), 23 mil plaquetas/mm3 e 246.350 leucócitos/mm3 (93% blastos). DHL de 2199,6 U/L. Com hipótese de LPA o paciente foi transferido, no dia seguinte, para serviço de oncohematologia e UTI, sendo iniciado de imediato o ácido transretinoico e dexametasona. Chegou ao serviço com piora do estado geral, torporoso, ECG 7. Para confirmação do diagnóstico, foram realizados imunofenotipagem, mielograma (95% de blastos) e citogenética, com resultados compatíveis com LPA. Novo hemograma apresentou 501.000 leucócitos/mm3 (100% blastos), Hb de 9,7g/dL, Ht de 18.4%, 24 mil plaquetas/mm3 e DHL de 3891 U/l. O paciente evoluiu com morte encefálica e óbito em 3 dias após admissão.

Conclusões/Considerações finais

A hemorragia grave está associada a falha do tratamento e alta taxa de mortalidade, conforme relatado em estudos populacionais em países desenvolvidos. O presente caso exemplifica uma morte precoce, 4 dias após o diagnóstico. A terapia adequada foi realizada, no entanto a doença teve caráter muito agressivo. É necessário chamar atenção para educação dos médicos no reconhecimento rápido da doença e encaminhamento precoce para centros hematológicos especializados.

Palavras Chaves

Hemorragia cerebral. Leucemia Promielocítica Aguda. Diagnóstico Precoce.

Área

Clínica Médica

Instituições

Centro Universitário CESMAC - Alagoas - Brasil, Centro Universitário Tiradentes (UNIT) - Alagoas - Brasil, Universidade Federal de Alagoas (UFAL) - Alagoas - Brasil

Autores

Marcella de Albuquerque Wanderley, Luís Henrique Lemos Fontes Silva Costa, Beatriz Albuquerque Oliveira, Manoel Correia de Araújo Sobrinho, Rosana Brandão Vilela