O papel da Clínica Médica na abordagem e manejo inicial das nefropatias: Síndrome Nefrítica-Nefrótica, um relato de caso.
INTRODUÇÃO: A Síndrome Nefrótica (SN) é caracterizada pela presença de proteinúria maior que 3,5g/24h, hipoproteinemia, edema, dislipidemia e, em alguns casos hematúria microscópica. À combinação de síndrome nefrótica e glomerulonefrite dá-se o nome de síndrome nefrítica-nefrótica (SNN). Na vigência de um quadro de SNN é fundamental estabelecer etiologia primária ou secundária. O papel da Clínica Médica é essencial na exclusão das causas secundárias, previamente ao encaminhamento para o especialista, para a otimização da assistência desse paciente.
OBJETIVOS: Discutir a relevância da abordagem e manejo inicial da SNN na Clínica Médica, contemplando os diagnósticos diferenciais, de modo a otimizar a assistência e proporcionar cuidados iniciais adequados ao paciente com nefropatia.
DESCRIÇÃO DO CASO: J.M.L., sexo masculino, 25 anos de idade, natural de Ouro Preto-MG. História de edema de membros inferiores e “urina espumosa”, após uma partida de futebol. Sete dias após o início dos sintomas, foi hospitalizado com quadro de edema e hipertensão arterial. Foi constatado proteinúria, micro-hematúria, hipoalbuminemia e hipercolesterolemia. Negava faringoamigdalite recente. Negava uso de álcool, tabaco ou drogas ilícitas. Sorologia para Hepatites virais e HIV: não reagentes. Complementos séricos normais, além de pesquisa para anticorpos anti-neutrófilos (ANCA) e para anticorpos antinucleares (FAN) não reagentes. Função renal e hepática preservadas. Hemograma e glicemia de jejum sem alterações. Exame parasitológico de fezes negativo. Após a exclusão das principais causas secundárias de SN, tais como nefropatia diabética, hepatites virais, lúpus eritematoso sistêmico, infecção pelo vírus HIV e uso de drogas ilícitas, as causas primárias foram mantidas como as principais hipóteses diagnósticas. Prosseguiu-se o encaminhamento para a Nefrologia, a fim de dar continuidade à investigação diagnóstica com propedêutica específica, a exemplo da biópsia renal percutânea.
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CONCLUSÕES: Na vigência de um quadro de SN é fundamental estabelecer etiologia primária ou secundária, quando relacionada a outra condição clínica. Após a exclusão de causas secundárias, o estudo anatomopatológico é essencial para o diagnóstico da lesão renal e tratamento específico. Sabendo-se que ambos estão inseridos no escopo da Nefrologia, cabe ao clínico investigar e excluir causas primárias, com o propósito de realizar um encaminhamento dirigido e agilizar o processo diagnóstico dos pacientes.
Medicina Interna, Nefropatias, Diagnóstico Diferencial
Clínica Médica
Beatriz Pimenta Paula, Gabriela Santana Ataliba, Polyana Almeida Barbosa, Joyce Almeida Franco Policarpo, João Milton Penido