14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

MINASCENTRO - Belo Horizonte /MG | 04 a 06 de Outubro de 2017

Dados do Trabalho


Título

FÍSTULA AORTO-ATRIAL DIREITA: UMA COMPLICAÇÃO PÓS-ENDOCARDITE INFECCIOSA - UM RELATO DE CASO

Fundamentação/Introdução

A fístula aorto-atrial (FAA) trata-se de um trajeto anômalo que representa uma rara e grave complicação da endocardite infecciosa (EI), que pode ocorrer em uma prótese valvar ou em uma valva nativa. A FAA está presente em menos de 1% do lado direito e geralmente está associada à EI em válvula aórtica. Provavelmente ocorrem devido à alta pressão aórtica associada a uma área defeituosa, ocorrendo a formação de um túnel extracardíaco, causando um rompimento do átrio direito devido à proximidade anatômica e baixa pressão de enchimento. A apresentação clínica da FAA depende da sua etiologia e do tamanho do shunt, pode se apresentar como um quadro agudo de síndrome de dor torácica aguda devido à ruptura no local da dissecção, ou quadro de insuficiência cardíaca refratária. A aortografia ascendente é a melhor ferramenta de diagnóstico. As indicações para o fechamento da FAA incluem Insuficiência cardíaca direita e/ou esquerda, hipertensão pulmonar e anemia hemolítica. A cirurgia é o padrão-ouro para resolução do quadro.Quanto mais rápido o diagnótico, melhor o prognóstico.

Objetivos

Descrever uma complicação rara da EI, a FAA, e suas repercussões clínicas.

Delineamento/Métodos

RELATO DE CASO

Resultados

Paciente, 53 anos, sexo masculino, com diagnóstico prévio de EI, foi referenciado ao serviço de cardiologia de um Hospital Universitário, devido a quadro súbito de dor torácica associada dispneia em repouso. Ao ecocardiograma (ECO) apresentava válvula aórtica com lesão móvel (vegetação). Foi encaminhado ao centro cirúrgico para procedimento de anuloplastia valvar aórtica com exclusão do abscesso, com retirada valva nativa e implante de prótese valvar aórtica mecânica. À inspeção cirúrgica: abscesso paravalvar aórtico com continuidade no átrio direito, e comprometimento de folheto coronariano e depleção do anel valvar. Após um mês de evolução, o paciente foi submetido ao ECO que revelou presença de comunicação entre o seio de valsalva e o átrio direito, causando shunt direita-esquerda de moderada intensidade, com consequente hiperfluxo pulmonar - compatível com o diagnóstico de Fístula Aorto-Atrial direita. Foi instituída warfarina para anticoagulação plena. Evoluiu com bom estado geral, recebendo alta com orientações e prescrição de medicações.

Conclusões/Considerações finais

Portanto, a FAA deve ser suspeitada em pacientes com insuficiência cardíaca mal controlada e cirurgia aórtica prévia. Um reparo cirúrgico rápido, na falha da condução clínica, geralmente é útil para aliviar os sintomas e diminuir a mortalidade.

Área

Clínica Médica

Instituições

Centro Universitário do Espírito Santo - UNESC - Espírito Santo - Brasil, Hospital Maternidade São José - Espírito Santo - Brasil

Autores

Lucas Grobério Moulim de Moraes, Vinicius Vasconcelos do Lago, Lucas Kefler Bergamaschi, Tami Guerreiro Estevam Vieira, Paulo Roberto Angelete Alvarez Bernardes