14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

MINASCENTRO - Belo Horizonte /MG | 04 a 06 de Outubro de 2017

Dados do Trabalho


Título

Reação de Jarisch-Herxheimer na sífilis primaria

Fundamentação/Introdução

Sífilis é doença sexualmente transmissível causada pela espiroqueta Treponema pallidum. É causa importante de morbidade e mortalidade, sua incidência vem aumentando; o tratamento de escolha é a penicilina. A reação de Jarisch-Herxheimer (RJH) é evento sistêmico agudo que acontece durante o tratamento de infecções por espiroquetas com antibióticos, especialmente o Treponema pallidum.

Objetivos

Alertar para o diagnóstico de RJH

Delineamento/Métodos

Relato de caso

Resultados

Paciente masculino, 26 anos, solteiro, previamente hígido, apresentou úlcera peniana vermelho intenso na glande, com fundo limpo, indolor, corrimento uretral purulento e linfonodomegalia inguinal. Iniciado tratamento para uretrite gonocócica e solicitados exames para outras doenças transmitidas pelo sexo. Retornou ao pronto socorro após 9 dias com resultado de VDRL positivo 1:16 queixando odinofagia e febre. Coletadas revisão laboratorial e FT-ABS, iniciado penicilina benzatina 24000000Ui. Evoluiu em 24 horas com piora da odinofagia, rash cutâneo, febre alta, desidratação e taquicardia. Internado para suporte clínico, apresentou vômitos, taquidispnéia, dessaturação. Novos exames evidenciaram elevação da proteína C reativa (221 mg/L), leucocitose sem desvio a esquerda, FTA-ABS positivo, RX de tórax com áreas de hipotransparência heterogêneas em lobo médio direito e lobo inferior esquerdo, tomografia de tórax com imagem sugestiva de processo inflamatório/infeccioso. Iniciado antibiótico e corticoide o paciente evoluiu com melhora clínica, laboratorial e radiológica após 24 horas do início do tratamento. Recebeu alta para acompanhamento ambulatorial.

Conclusões/Considerações finais

RHJ é síndrome clínica raramente diagnosticada, caracterizada por febre, dor de cabeça, rash cutâneo, faringite, linfadenomegalia, mialgia, leucocitose, taquidispnéia, após início do tratamento da infecção por espiroqueta. Sífilis é a doença que mais evoluiu com RHJ. A fisiopatologia da reação não está clara, suspeita-se do envolvimento de interleucinas, fator de necrose tumoral e relação com fagocitose intensa após lise das espiroquetas. Muitas vezes confunde-se a RHJ com alergia a medicação, é importante que o clínico saiba distinguir a RHJ de reação a medicação; esta confusão pode ter consequências sérias como o abandono do tratamento. O prognóstico é favorável, a reação é auto limitada e se resolve em horas nos pacientes com suporte clínico adequado. Os pacientes devem receber orientações sobre a RHJ e ser monitorados após início do tratamento.

Palavras Chaves

Área

Clínica Médica

Autores

RAQUEL LUNARDI ROCHA, ALICE TERLY ROELENS, LUCIANA MATOSO MURTA FONSECA, JEFFERSON TORRES MOREIRA PENNA