14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

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MINASCENTRO - Belo Horizonte /MG | 04 a 06 de Outubro de 2017

Dados do Trabalho


Título

Purpura de Henoch-Schönlein após ressecção transuretral de próstata

Fundamentação/Introdução

A púrpura de Henoch-Schönlein (PHS) é uma vasculite comum de pequenos vasos na qual se encontram depósitos de IgA em capilares da pele, dos rins e do trato gastrointestinal. A idade de início da PHS pode ter influência significativa no acometimento renal e no prognóstico, mas pouco destaque tem sido dado a estudos de caso em indivíduos adultos. Reportamos um caso com características típicas de PHS, que desenvolveu no pós-operatório imediato de ressecção transuretral (RTU) para tratamento de hiperplasia prostática benigna.

Objetivos

Relato de caso pouco descrito de púrpura de Henoch-Schönlein (PHS) em adulto.

Delineamento/Métodos

Os autores reportam o caso de um homem de 50 anos de idade, submetido à ressecção transuretral de hipertrofia prostática benigna em julho de 2014. No pós-operatório imediato usou ciprofloxacino, nimesulida e dipirona, além de irrigação vesical continuada com cloreto de sódio a 0,9%. No segundo dia (D2), surgiram petéquias com distribuição simétrica e restrita às nádegas e aos membros inferiores inicialmente atribuídas à dermatite de contato. Imediatamente, as medicações foram suspensas e usou dose única (20 mg) de prednisona. Permaneceu sem febre, mas referiu cefaléia constante, além de repetidos episódios de instabilidade postural associados com picos pressóricos de até 180/ 130 mmHg e taquicardia. Negou antecedente alérgico relacionado com o uso de medicamentos, e não teve recentes alterações respiratórias ou digestivas. As lesões cutâneas apresentaram regressão completa em aproximadamente sete dias depois de utilizar a dose única de prednisona.

Resultados

Nosso doente adulto desenvolveu púrpura sem trombocitopenia, com alterações limitadas às extremidades inferiores, e as lesões cutâneas apresentaram as características clássicas de PHS. Quando se comparam crianças e adultos com PHS as manifestações clínicas diferem muito.

Conclusões/Considerações finais

A PHS acomete os adultos com uma freqüência 2 a 3 vezes menor que entre as crianças e há poucos estudos comparando as características clínicas e o prognóstico desses grupos etários. Deve-se enfatizar a relativa falta de consenso quanto aos critérios diagnósticos de PHS em adultos, fato que propicia maior dificuldade no estabelecimento de diagnósticos definitivos. Diagnósticos precoces e o pronto início de tratamento podem levar a melhores prognósticos. Estudos de caso podem contribuir para o esclarecimento de aspectos da PHS pouco descritos.

Palavras Chaves

Área

Clínica Médica

Autores

Vitorino Modesto Dos Santos, Maira Farias Polcheira, Sergio Luiz Da Costa, Temístocles Barbosa Sousa Neto, Maíra Rocha Machado Carvalho