A prática da automedicação em estudantes da área da saúde
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, mais de 50% de todos os medicamentos são prescritos, dispensados e comercializados de forma incorreta e mais da metade dos pacientes os usam inadequadamente. Pesquisas indicam que cerca de 35% dos medicamentos comercializados no território brasileiro são utilizados em automedicação, definida como a utilização de determinados fármacos objetivando o alívio de sinais e sintomas patológicos. A automedicação não está limitada aos leigos, mostrando-se habitualmente propagada entre graduandos e profissionais da saúde.
Identificar a proporção da automedicação em universitários da área da saúde matriculados em uma universidade do interior paulista; realizar um levantamento estatístico sobre a automedicação entre estudantes de três cursos da área da saúde e comparar os resultados obtidos com estudos anteriores.
Estudo descritivo exploratório com abordagem quantitativa, realizado a partir de análise de campo e utilizando-se de questionário.
Observaram-se 82,2% dos estudantes do sexo feminino, 81,9% com faixa etária entre 17 e 22 anos, 92% solteiros; 62,9% praticaram automedicação nos últimos 4 meses e 78,5% o fizeram em algum período da vida. Acadêmicos próximos da conclusão do curso apresentaram maiores níveis de automedicação: o conhecimento próprio influenciou 24,5% dos estudantes em início do curso a realizá-la e 46,8% dos estudantes no final da graduação. Cefaleia e sintomas gripais representaram 70% dos problemas de saúde que levaram à automedicação. O medicamento foi adquirido em farmácias (64,5%) e a facilidade em adquiri-lo nesses estabelecimentos foi apontada como principal motivação (66,1%). Dos voluntários que apresentaram reação adversa, 63,9% declararam realizar automedicação nos últimos 4 meses.
A automedicação se encontra presente de forma significativa entre acadêmicos da área da saúde. Os motivos são os mais diversos, contudo, a facilidade na aquisição do medicamento aliada ao conhecimento próprio mostraram-se como os estímulos mais relevantes à prática. Fica evidente a necessidade de maior controle na aquisição de medicamentos nas farmácias, bem como a conscientização em ambiente acadêmico.
Clínica Médica
Universidade do Oeste Paulista - São Paulo - Brasil
Thaís Stabile Martins, Lucas Casimiro de Oliveira, Lilian Francisco Arantes de Souza, Angelica Augusta Grigoli