CARCINOMA EPIDERMÓIDE COMO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL EM LESÕES DE TECIDO CICATRICIAL
O carcinoma espinocelular ou epidermóide é o segundo tipo mais comum, sendo responsável por cerca de 25% dos casos de câncer de pele. As Pessoas com a pele, cabelos e olhos claros têm mais chances de sofrer da doença, bem como a localização mais comum para o aparecimento dessa manifestação são as áreas expostas ao sol, sendo que 70% dos casos ocorrem sobre a cabeça, pescoço e dorso das mãos, e 15% desses tumores acometem os membros inferiores.
Descrever um relato de caso de carcinoma epidermóide em membro inferior.
Relato de caso acompanhado durante internação no Hospital Santa Marcelina (HSM), localizado no município de Porto Velho – Rondônia, no primeiro semestre de 2017.
C.P, 37 anos, sexo feminino, etilista, tabagista, com antecedente de queimadura extensa em todo o membro inferior esquerdo, há aproximadamente 30 anos. Foi admitida no Hospital Santa Marcelina com lesão no terço superior medial da coxa esquerda, e na região lateral do joelho esquerdo, de aspecto úlcero-vegetante crônico, com aumento progressivo, sem cicatrização, associado à dor e episódios de sangramento. A apresentação inicial de diagnóstico ocorreu na região lateral do joelho esquerdo, ocorrendo progressão e instalando-se na região medial da coxa esquerda. Obteve-se diagnóstico conclusivo a partir de biópsia incisional, com histopatológico positivo para carcinoma epidermóide bem diferenciado, desenvolvendo em tecido muscular estriado esquelético de membro inferior. Observou-se que a cicatriz que a paciente apresenta há 30 anos, por queimadura, na região vasto lateral da perna esquerda acometendo até o dorso do pé, sugere co-relação com o surgimento do carcinoma em tecido cicatricial antigo.
O carcinoma epidermóide além de promover lesão local, tem alta disseminação linfática e tem seu desenvolvimento freqüentemente associado em tecidos que já passaram pelo processo de cicatrização. O diagnóstico de carcinoma epidermóide em músculo estriado esquelético de membros inferiores, em mulher jovem é uma apresentação incomum desse tipo de tumor. Mais atenção deve ser dada aos tecidos cicatriciais e o surgimento de lesão insidiosa deve ter o carcinoma epidermóide como diagnóstico diferencial, independente da faixa etária.
Carcinoma epidermóide; diagnóstico diferencial; neoplasia de pele.
Clínica Médica
Patrícia Calgaro , Geovana D’Arc de Oliveira Otero, Ariel Rosilda Ripardo Cabral, Eliandro Ribeiro Campos, Larissa Detregiacchi Umgarelli Pires Gaspar