Perfil epidemiológico e preditores de mortalidade de pacientes idosos admitidos na unidade de terapia intensiva
O envelhecimento populacional resulta em maior demanda por leitos na Unidade de Terapia Intensiva. Diversos estudos mostram que pacientes idosos têm maior mortalidade na UTI. No entanto, a idade contribui pouco com esta associação. O fator determinante para a maior mortalidade é a gravidade da doença apresentada pelo paciente. Além da gravidade da doença, são considerados principais fatores de risco a funcionalidade, a cognição e a morbidade.
Descrever dados epidemiológicos e principais desfechos de pacientes idosos admitidos na unidade de terapia intensiva de um hospital geral
Estudo observacional retrospectivo que incluiu todos pacientes idosos admitidos na UTI do Hospital Nossa Senhora do Patrocínio no período de Janeiro de 2017 a Abril de 2017. Foram avaliados idade, gênero, local de residência, motivo da internação, APACHE II, dependência para mobilidade prévia à internação na UTI, uso de aminas vasoativas, necessidade de ventilação mecânica invasiva, tempo de ventilação mecânica, úlcera de pressão no momento da admissão e alta da UTI, tempo de internação e mortalidade na UTI.
Foram incluídos 50 pacientes com APACHE II de 31,6±10,6 e idade de 77,4±10,9 anos. Sendo que, 45 apresentavam idade superior a 70 anos (90%), e (37,5%) dos quais tinham idade acima de 80 anos. Os principais motivos de internação foram a doenças respiratórias (60%), fratura de fêmur (2%), doenças cerebrovasculares (5%) e doenças cardiovasculares (30%). Nessa amostra, a mortalidade foi de 60% (N=30). Os pacientes não sobreviventes apresentaram maiores APACHE II (36,5±10,8 versus 28,1±9,4, p=0,00), tempo de internação na UTI acima de 03 semanas (45,2%), dependência funcional para mobilidade (48,8%), necessidade de aminas vasoativas (71,4%) e uso de ventilação mecânica invasiva (69,5%).
A população de idosos (acima de 65 anos) e muito idosos (acima de 80 anos) constituíram a maior proporção dos pacientes admitidos. A mortalidade foi elevada e esteve associada ao grau de severidade da doença aguda e ao estado funcional prévio do paciente à admissão. A eficiência e a rapidez do atendimento dentro da terapia intensiva aumentam as chances de alta e aperfeiçoam a terapêutica para o idoso preservando sua capacidade funcional e qualidade de vida.
Idosos; terapia intensiva; mortalidade
Clínica Médica
SANTA CASA NOSSA SENHORA DO PATROCINIO - Minas Gerais - Brasil
Elaine Aparecida Melo, Ana Caroline Mendonça Cardoso, Wallace Pereira, Leila Souza Fraga, José Arimateia Neves