Acidentes aracnídicos no município de Pelotas - RS, no período de 2010 à 2014.
O aracnidismo representa um significativo problema de saúde pública no Brasil pela frequência, morbidade e mortalidade em consequência das atividades tóxicas da inoculação do veneno.
Relatar a ocorrência e descrever a epidemiologia dos acidentes por aranhas na cidade de Pelotas - RS, no período de 2010 a 2014.
Estudo observacional sobre acidentes aracnídicos na cidade de Pelotas. As informações sobre os acidentes foram obtidas pela análise das notificações registradas no Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN), no período de janeiro de 2010 a dezembro de 2014. Foram coletadas informações sobre o município, o ano e o mês de ocorrência dos acidentes, além dos gêneros das aranhas envolvidas nos acidentes, tempo picada/ atendimento e evolução dos casos em relação à gravidade.
Foram tabulados 303 acidentes aracnídicos, o gênero Loxosceles foi predominante, com 164 acidentes registrados, seguido do gênero Phoneutria com apenas 05 ocorrências. Os meses de meses de dezembro a março foram os de maior número de notificações. Em relação ao tempo decorrido entre a picada e o atendimento médico a maioria dos casos notificados registraram um tempo picada/atendimento superior a 24 horas. Na evolução do quadro clínico a cura dos indivíduos envolvidos em acidentes aracnídicos no município de Pelotas totalizou 127 dos casos registrados. Não houve registro algum de óbitos no período de 2010 à 2014. Contudo, tivemos 176 notificações nas quais não foram registradas as evoluções, não sendo possível constatar o correto desfecho.
Ao término do presente estudo verificou-se que os acidentes ocorreram predominantemente nos meses de verão. O tempo de picada/atendimento não foi satisfatório, quando comparado a literatura. Na evolução do quadro clínico a cura da doença não foi possível comparar com a literatura, pois o desfecho, na maioria dos casos, não foi registrado.
Clínica Médica
Leonardo Mendes Nogueira, Octavio Ruschel Karam, Izabel de Oliveira Karam, Guilherme Gago da Silva, Frederico de Lima Gibbon