14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

MINASCENTRO - Belo Horizonte /MG | 04 a 06 de Outubro de 2017

Dados do Trabalho


Título

EVOLUÇÃO DE PACIENTE COM FEBRE DE CHIKUNGUNYA PARA UM QUADRO DE SÍNDROME DA ANGÚSTIA RESPIRATÓRIA AGUDA (SARA): RELATO DE CASO

Fundamentação/Introdução

A febre de Chikungunya (CHIK), em 70% dos casos, cursa de forma sintomática em sua fase aguda (febre súbita, intensa poliartralgia, cefaleia, fadiga, dores nas costas e rash cutâneo). Contudo, devido aos efeitos diretos do vírus, resposta imunológica do paciente e toxicidade dos medicamentos utilizados, esta arbovirose pode ter evolução atípica como a Síndrome da Angústia Respiratória Aguda (SARA). Por ser um quadro ainda incomum, a relação entre a febre de CHIK e a SARA tem evidência limitada.

Objetivos

Relatar o caso de paciente com febre de CHIK que evoluiu para SARA

Delineamento/Métodos

Estudo descritivo tipo relato de caso.

Resultados

DVSJ, sexo feminino, 38 anos, natural de Lagarto-SE, procurou atendimento hospitalar com episódios febris, cefaleia, mialgias, artralgias, dor retro-orbitária e abdominal há 05 dias. Sem comorbidades prévias. Febril (39,8ºC), FC 146 bpm, ausculta cardíaca e respiratória sem alterações. Ausência de peritonite à palpação abdominal. Exames laboratoriais: Hb 10,2 g/dL, Ht 28,2%, plaquetas 76.000/mm3, BT 2,88 mg/dL, BD 2,35 mg/dL, BI 0,53 mg/dL. Leucograma, função renal, eletrólitos, lipase, amilase, CPK, TGO, TGP e coagulograma sem alterações. Ultrassonografia de abdome total sem alterações. Taquicardia sinusal ao ECG. Gasometria arterial com acidose metabólica compensada e relação P/F 243. Foi admitida na UTI ainda febril, taquipneica, pressão arterial média 69 mmHg, diurese 0,64 mL/kg/h, com infiltrado pulmonar difuso em raio X de tórax. Sorologia (IgM) reagente para CHIK. Evoluiu em menos de 72h com desconforto respiratório e dessaturação, associados à leucocitose com desvio à esquerda e piora da relação P/F 88,7. Foi submetida à intubação orotraqueal e ventilação mecânica sob pressão controlada e sedoanalgesia contínua. Iniciada estratégia ventilatória para SARA com volume-corrente de 6 mL/kg, PEEP elevada e pressão de platô menor que 30. Cursou com pneumonia associada à ventilação mecânica e choque séptico, necessidade de traqueostomia, episódios de delirium e úlcera por pressão em região sacral. Recebeu alta da UTI no 39º dia de internação hospitalar e da enfermaria no 51º com exames laboratoriais dentro da normalidade e raio X de tórax sem alterações.

Conclusões/Considerações finais

Febre de Chikungunya é uma arbovirose nova no país e o conhecimento acerca da evolução para SARA é escasso. Dessa forma, é fundamental que o clínico esteja atento às manifestações atípicas desta doença, na perspectiva de intervenção precoce e redução na incidência de suas complicações.

Palavras Chaves

Febre de Chikungunya, evolução atípica, SARA

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade Federal de Sergipe - Sergipe - Brasil

Autores

Rayssa Morgana Araujo de França, Ana Jessica Nascimento Cardoso Gonzaga, Edivan Rodrigo de Paula Ramos