14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

MINASCENTRO - Belo Horizonte /MG | 04 a 06 de Outubro de 2017

Dados do Trabalho


Título

A INTERAÇÃO DE DROGRAS PARA O CONTROLE DA BIPOLARIDADE COMO CAUSA DE DISTÚRBIOS HORMONAIS

Fundamentação/Introdução

Introdução: A terapêutica do transtorno afetivo bipolar tem como primeiro passo o tratamento medicamentoso do episódio agudo, maníaco ou depressivo, com o objetivo de atingir a remissão dos sintomas. O segundo passo envolve a manutenção para prevenir a recorrência de novos episódios. Nessa fase o ideal seria a monoterapia, porém, raramente é atingida na prática. O carbonato de lítio é o medicamento padrão ouro na intervenção do TAB, tanto no tratamento dos episódios agudos de humor como na prevenção de novos episódios, além de ser o único que demonstra redução do suicídio e mortalidade por todas as causas em pacientes com bipolaridade, Seu uso é a primeira escolha entre os estabilizadores de humor.

Objetivos

Objetivo: relatar um caso de polifarmárcia na tentativa do controle do TAB gerando efeitos secundários que desestruturou o sistema endócrino da paciente.

Delineamento/Métodos

Não há pois é um Relato de Caso.

Resultados

Descrição do caso: MSK, feminino, 20 anos, bipolar, iniciou tratamento há um ano com carbonato de lítio 450g duas vezes ao dia, valproato de sódio 450g quatro vezes ao dia, bupropiona 300 mg uma vez ao dia, escitalopram 10mg uma vez aos dia, amissulprida 50mg uma vez ao dia, zolpiden 12,5mg dois comprimidos, e clonazepam 2,5mg/mL 20 gotas ao dia. Em maio de 2017 ocorreu piora do estado geral com dores abdominais, insônia, estado depressivo, letargia, aumento do apetite, ganho de 23 kg em 8 meses, acne, e amenorréia há 6 meses que não melhorou com Medroxiprogesterona. A paciente foi a um clínico geral que considerou excessiva a quantidade de medicamentos o que poderia levar a uma pancreatite fulminante. Foi encaminhada a um endocrinologista que pediu exame de sangue com os seguintes resultados: Leucócitos: 13.430; Hemogloblina: 12,9; Hematócrito: 38,5%; Glicose: 84; Insulina: 18,2; TGO: 50; TGP: 47; Gama GT: 27; DHEA: 3,5; LH: 10,5; FSH: 4,1; Prolactina: 150,6; Testosterona: 57; PTH: 74,2; T3 livre: 2,5; T4 livre: 0,9; TSH: 7,64; Ácido valpróico: 37,5; Lítio: 0,68; A prolactina elevada gerou uma suspeita de tumor e com isso foi feita um RMN de cela túrcida. Para afastar distúrbios tireoidianos foi feita uma USG com Doppler e também o exame Liddle 1 para afastar Síndrome de Cushing. Todos os resultados foram normais.

Conclusões/Considerações finais

Conclusão: Pelo exame de sangue foram verificadas alterações hormonais. A investigação mais a fundo comprovou que não havia doença por trás das discrepâncias encontradas levando a constatação de que a terapia medicamentosa usada estava causando os sintomas inicias.

Palavras Chaves

bipolaridade; distúrbios hormonais; terapia medicamentosa; polifarmácia.

Área

Clínica Médica

Instituições

Faculdade de Medicina de Campos - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

Isabela Barreto de Souza Almeida, Carlos Alberto Viana Vieira Júnior, Lais Riscado Saldanha