14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

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MINASCENTRO - Belo Horizonte /MG | 04 a 06 de Outubro de 2017

Dados do Trabalho


Título

ACIDENTES OFÍDICOS EM UM HOSPITAL DE REFERÊNCIA DO ESTADO DO TOCANTINS: UMA COMPARAÇÃO DA CONDUTA COM A LITERATURA

Fundamentação/Introdução

Os acidentes ofídicos têm importância médica em virtude de sua grande frequência e gravidade. A indicação do número de ampolas de soros antiveneno para tratamento varia de acordo com a gravidade do caso, sendo preconizado soro antibotrópico, soro anticrotálico ou soro antibotropicocrotálico, dependendo da espécie da serpente.

Objetivos

Analisar a conduta empregada nos acidentes ofídicos em um hospital de referência do estado do Tocantins, comparando com o manual do Ministério da Saúde (MS).

Delineamento/Métodos

Trata-se de um estudo clínico-epidemiológico, observacional, transversal, retrospectivo, realizado por meio de consulta aos prontuários dos pacientes vitimas de acidente ofídico atendidos no hospital de referência de Araguaína-TO, dentro do período de janeiro de 2013 a julho de 2016. Dados sobre a classificação dos acidentes, tipo e quantidade de soro foram correlacionados e avaliados quanto à conduta, considerada inadequada quando o número de ampolas não foi compatível com o tratamento sugerido pelo MS.

Resultados

Foram identificados 335 casos de acidentes botrópicos (295 casos) e crotálicos (40 casos) no período pesquisado. A maioria das vítimas foi do sexo masculino (79,4%) e a faixa etária mais acometida foi de 30 a 39 anos (15,8%), com média de idade de 36,9. A soroterapia foi utilizada em 291 (86,9%) casos. Quanto à inadequada utilização dos soros antivenenos, foram identificados, nos acidentes botrópicos, 19(22%) casos na classificação leve (indicado 2-4 ampolas), 45(24%) casos na classificação moderada (indicado 4-8 ampolas) e 3(0,6%) casos nos acidentes graves (indicado 12 ampolas), resultando numa taxa de 22,7% de prescrição incorreta da quantidade de soro de antiveneno. Já nos acidentes crotálicos, 35% dos soros de foram prescritos em quantidades não recomendadas, 2(66%) casos nos acidentes leves (indicado 5 ampolas), 12(52%) casos nos moderados (indicado 10 ampolas) e 2(14%) casos nos graves (indicado 20 ampolas). No total, em 24% dos casos a soroterapia foi utilizada de forma inadequada, sendo 20,7% de doses mais altas do que as preconizadas pelo MS.

Conclusões/Considerações finais

Observou-se uma taxa considerável de tratamento inadequado, sendo que, na maioria desses, o número de ampolas foi prescrito acima do recomendado. Ressalta-se que o conhecimento da equipe de saúde em relação a conduta nos acidentes ofídicos é imprescindível para evitar o desperdício de medicamento, que pode causar prejuízos para o paciente, além de onerar o sistema de saúde.

Palavras Chaves

Acidente ofídico; tratamento.

Área

Clínica Médica

Autores

Amanda Sakaguthi Figueiredo, Juliana Lima Costa, Igor Henrique Coelho Fonseca, Rhíllary Santana Sá, Tamires Lopes Oliveira