Exposição solar e fotoproteção: uma avaliação de hábitos e conhecimentos de universitários de uma instituição privada.
O câncer de pele é um problema de saúde pública de importância mundial, devido ao aumento na incidência e na morbidade provocados pelo hábito de exposição solar. A exposição excessiva ao sol é o principal fator de risco para esse câncer devido ao potencial oncogênico da radiação ultravioleta (UV). São escassos os estudos sobre o conhecimento da população brasileira quanto aos riscos provocados pela exposição solar, bem como seus hábitos e costumes de fotoproteção.
Analisar as práticas de proteção e exposição solar em universitários, bem como avaliar o conhecimento desses estudantes sobre os efeitos deletérios do sol, para implementar estratégias de prevenção efetivas.
Trata-se de um estudo descritivo transversal com abordagem quantitativa de caráter exploratório em que 750 acadêmicos de uma universidade privada responderam à um questionário estruturado. Os dados foram agrupados em um banco de dados utilizando-se o programa estatístico StatisticalPocckage for the Social Sciences (SPSS), traçando-se as características dos universitários avaliados. A pesquisa foi enviada ao Comitê de Ética para atender aos princípios éticos do Conselho Nacional de Saúde, para realização de pesquisas envolvendo seres humanos.
A maioria dos participantes (76% - n=569) realiza fotoproteção inadequada, dos quais 27% (n=199) nunca utilizam filtro solar e 49% (n=370) utilizam-no eventualmente. O sexo feminino foi o que mais praticou fotoproteção adequada. A respeito dos malefícios relacionados à exposição excessiva aos raios ultravioleta, observou-se que, 92% (n=689) se diziam conhecedores desses danos. O mais conhecido foi o câncer de pele, mencionado por 96% (n=720). dos entrevistados, sendo o melanoma o mais referido (60%, n=447), enquanto o carcinoma basocelular e o espinocelular foram citados pela minoria (25% e 24%, respectivamente). Tais informações foram obtidas principalmente pelos seguintes meios de comunicação: televisão (58%), internet (40%) e ambiente acadêmico (34%).
Neste estudo, os hábitos de exposição e proteção solar mostraram-se inadequados. Apesar do conhecimento da população a respeito dos danos provocados pelo sol, a adesão à fotoproteção ainda é deficiente. Diante disso, vê-se a necessidade de investimentos em estratégias de fotoeducação pelos profissionais da saúde no intuito de minimizar os efeitos deletérios provocados pelo sol.
Clínica Médica
Hospital Aroldo Tourinho - Minas Gerais - Brasil
Victória Carneiro Dal Moro, Brisa Jorge Silveira, Franklin Rodrigues Pacheco, Janine Andressa Costa, Thays Dias Lopes