14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

MINASCENTRO - Belo Horizonte /MG | 04 a 06 de Outubro de 2017

Dados do Trabalho


Título

Mortalidade por neoplasias malignas do estômago em Minas Gerais: um estudo de 2011 a 2014.

Fundamentação/Introdução

O câncer gástrico é o 2º como causa de morte e o 4º mais prevalente no mundo, sendo que sua incidência e mortalidade têm diminuído nos últimos 70 anos, principalmente em função da melhora da dieta, do aumento da variedade alimentar e da redução da prevalência da infecção por Helicobacter pylori. O Ministério da Saúde possui o Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), que tem como função registrar todos os óbitos ocorridos no país e suas causas principais.

Objetivos

Calcular o Coeficiente de Mortalidade Específica (CME) e descrever os óbitos de residentes em Minas Gerais obtidos do SIM, excluindo os não residentes no período de 1° de janeiro de 2011 a 31 de dezembro de 2014, cuja causa básica de morte foi a Neoplasia Maligna do Estômago (NME) (CID C16).

Delineamento/Métodos

Foi realizado um estudo descritivo observacional transversal quantitativo com dados secundários públicos retrospectivos. As variáveis analisadas foram: ano do óbito, Macrorregião de Saúde (MRS), local do óbito, faixa etária, sexo, cor/raça e escolaridade. Foi calculado CME (nº de óbitos/população residente*100 mil habitantes) e o intervalo de confiança (IC95%).

Resultados

Foram registrados 5.801 óbitos, sendo média anual de 1.450. No período, o risco de óbito foi 7,2 óbitos/100 mil hab. (IC95% 7,0-7,3). Das 13 MRS, quatro concentraram 70% (4.087) dos óbitos, sendo elas: Centro (32%), Sul (14%), Sudeste (9%) e Leste (8%). As MRS que apresentaram maior risco de morte foram: Jequitinhonha 8,8 óbitos/100 mil hab. (IC95% 6,3-11,2) e Sudeste 8,0 óbitos/100 mil hab. (IC95% 7,0-8,9). Quanto ao local do óbito, 79% ocorreram em hospitais e 21% em outros locais. As faixas etárias com maior proporção foram de 50-69 anos (47%) e acima de 70 anos (49%). 65% dos óbitos foram do sexo masculino, 42% da cor/raça branca e 56% tinham menos de 7 anos de estudo.

Conclusões/Considerações finais

O inicio insidioso de suas manifestações clinicas se assemelham com estágios precoces de outras doenças gástricas benignas, o que podem dificultar ou retardar o diagnostico. Aproximadamente 10% do total de casos de câncer de todo o mundo são por NME. O perfil dos óbitos do estudo revela sobremortalidade em pessoas de baixa escolaridade, do sexo masculino, da raça branca e com mais de 50 anos residentes nas MRS Jequitinhonha e Sudeste. Os resultados nos conduzem ao questionamento sobre a qualidade da assistência médica no SUS ao paciente portador dessa patologia e a necessidade de instituir ações preventivas e de controle dessa doença.

Palavras Chaves

Neoplasias gástricas, epidemiologia descritiva, mortalidade.

Área

Clínica Médica

Instituições

Hospital Bom Samaritano - Minas Gerais - Brasil, Universidade Federal de Juiz de Fora - Minas Gerais - Brasil

Autores

Thiago Martins Trece Costa, Dayany Leonel Boone, Lucas Ribeiro Andrade Nascimento, Altair Carvalho, Waneska Alexandra Alves