14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

MINASCENTRO - Belo Horizonte /MG | 04 a 06 de Outubro de 2017

Dados do Trabalho


Título

Acidente vascular encefálico isquêmico causado por dissecção de artéria vertebral. Relato de Caso

Fundamentação/Introdução

A Dissecção da Artéria Cervical (DAC) consiste em um hematoma mural localizado na parede arterial. Ocorre com maior frequência na artéria carótida, embora também possa acometer a artéria vertebral. É uma doença com etiologia multifatorial. Embora pouco frequente é uma das principais causas de acidente vascular cerebral isquêmico (AVCI) em adultos jovens, podendo ter um desfecho devastador. O diagnóstico deve ser rápido e preciso, devido ao risco de evolução para isquemia cerebral com sequelas graves e risco de morte. O tratamento previne a embolização a partir do sítio primário, a dissecção recorrente e o óbito.

Objetivos

Relatar o caso de um paciente jovem acometido por AVCI, devido à dissecção de artéria vertebral associado a trauma cervical.

Delineamento/Métodos

Análise de prontuário; anamnese e revisão de artigos atuais sobre o tema.

Resultados

Paciente de 31 anos, do sexo masculino, pardo, hígido, pedreiro, relata trauma contuso em região cervical, durante jogo de futebol. Evoluiu, após 24 horas, com quadro de cefaleia holocraniana, de forte intensidade, em pontada com irradiação para região cervical posterior e constante. Procurou atendimento médico após três dias com quadro de paresia súbita e hipotonia em membro inferior esquerdo acompanhado de náuseas e sonolência. Na admissão foram realizados ecocardiograma e ultrassonografia com Doppler de carótidas e vertebrais, sem alterações significativas, e uma tomografia computadorizada de crânio (TC) sem contraste, demonstrando área hipoatenuante no parênquima cerebelar esquerdo e lobo occipital à direita. A TC de controle de crânio evidenciou lesão hipoatenuante adicional na região talâmica direita. A angiorressonância cerebral demonstrou oclusão da artéria vertebral esquerda sugerindo dissecção. O paciente evoluiu com melhora progressiva da hemiparesia, com recuperação completa de força motora no terceiro dia após anticoagulação plena estabelecida. Recebeu alta com anticoagulação por seis meses.

Conclusões/Considerações finais

A DAC, apesar de ter baixa incidência na população geral, consiste em uma causa importante de AVCI em adultos jovens. Devido aos sintomas inespecíficos, como cefaleia e cervicalgia, torna-se de difícil diagnóstico. A prevenção das complicações isquêmicas é primordial. A trombólise está recomendada em pacientes que preenchem critérios. O anticoagulante e os antiplaquetários demonstram eficácia similar no tratamento a longo prazo. O reparo endovascular e cirúrgico são considerados último recurso. Em geral apresenta um bom prognóstico e a mortalidade é baixa.

Palavras Chaves

Área

Clínica Médica

Instituições

Secretaria Municipal de Saude Sao Paulo - São Paulo - Brasil

Autores

Vinicius Borges Laterza, Marta Coimbra Brito, Thomas Junior dos Santos, Guilherme Mendes Chaves, Maria Sheila Guimaraes Rocha