HIPERTENSÃO PULMONAR SECUNDÁRIA A TROMBOEMBOLISMO PULMONAR CRÔNICO: RELATO DE CASO
A hipertensão pulmonar (HP) é definida como uma anormalidade circulatória caracterizada por aumento da resistência vascular na pequena circulação, sendo uma das causas o tromboembolismo pulmonar crônico (TEPC).
Relatar o caso de paciente com HP secundária a TEPC, bem como discutir tratamento e as dificuldades diagnósticas.
Estudo observacional do tipo relato de caso.
Paciente masculino, 59 anos, jardineiro, previamente hígido, sem relato de tabagismo ou exposição a fogão de lenha, iniciou em 2014 quadro de dispneia aos moderados esforços. Devido a piora progressiva, motivando diversos atendimentos médicos, foi iniciada investigação. Em 2016, já apresentava dispneia aos mínimos esforços (classe funcional III/New York Heart Association), com comprometimento das atividades habituais, encaminhado ao cardiologista que iniciou empiricamente tratamento para insuficiência cardíaca com uso de beta-bloqueador e diurético, sem boa resposta, ainda não realizado exames complementares. Avaliado por pneumologista que solicitou cintilografia pulmonar e espirometria. Ainda sem resposta terapêutica e sem conseguir realizar investigação ambulatorial, paciente evoluía com piora importante dos sintomas, internado para propedêutica. O ecocardiograma (22/12/2016) estimou a pressão sistólica da artéria pulmonar em 75 mmHg e revelou dilatação importante de átrio e ventrículo direito, sem disfunção associada e sem acometimento de câmaras esquerdas. Angiotomografia com falhas de enchimento compatíveis com TEPC. Foi anticoagulado e encaminhado para um serviço especializado para realização de tromboendoarterectomia pulmonar (TEAP). Atualmente, o paciente ainda mantem acompanhamento, com melhora considerável da sintomatologia inicial.
A hipertensão pulmonar associada ao TEPC é a única forma potencialmente curável, desde que o tratamento cirúrgico seja possível. Considerando que os métodos de imagem apresentam limitações na caracterização da doença tromboembólica como causa da HP, não devem ser usados isoladamente para determinar sua etiologia e operabilidade, reforçando a necessidade de se associar a avaliação clínica detalhada aos métodos complementares. Por fim, sendo a HP secundária a TEPC uma condição grave, com altas taxas de morbimortabilidade e debilitante para o paciente em termos de atividade funcional e qualidade de vida, é imperativo o esforço do médico clínico no sentido de indicar a TEAP sempre que possível.
hipertensão pulmonar , tromboembolismo pulmonar crônico
Clínica Médica
Daniella Cristina Brites Almeida, Sylvia dias turani, Icaro Wiermann Braga, Fabiana Rocha Brito, Priscilla Delchova Brito