14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

MINASCENTRO - Belo Horizonte /MG | 04 a 06 de Outubro de 2017

Dados do Trabalho


Título

Hipertensão de difícil manejo secundária a Feocromocitoma: Relato de caso

Fundamentação/Introdução

Os feocromocitomas são tumores do sistema nervoso simpático ou parassimpático produtores de catecolaminas. Os tumores podem surgir esporadicamente ou serem componentes da neoplasia endócrina múltipla tipo 2 ou outras síndromes. O diagnóstico é identificado em 0,1% dos pacientes hipertensos e constitui uma causa potencialmente corrigível da hipertensão. A apresentação clínica é variável, incluindo desde um incidentaloma suprarrenal até uma crise hipertensiva com complicações vasculares. Em 95% dos casos, o tumor encontra-se na cavidade abdominal.

Objetivos

Relatar o caso de uma paciente, tratada como hipertensa há muitos anos, apresentando sintomas recorrentes e sugestivos de hipertensão secundária.

Delineamento/Métodos

Paciente sexo feminino, 58 anos, hipertensa há 15 anos dá entrada no PA queixando-se de sudorese intensa, vômitos, palpitação e síncope, cianose e frieza nas extremidades há 03 dias. Refere episódios prévios dos sintomas, insônia persistente associado a humor lábil e ansiedade. Apresentava-se com pressão arterial: 200x140mmHg, frequência cardíaca 80bpm, agitada, hipofonese de bulhas associada a sopro sistólico em foco aórtico e mitral grau 3+/6+; extremidades com pulsos finos, diaforese e frias.

Resultados

Paciente admitida em hospital e sendo aventada possibilidade de Feocromocitoma foram solicitados exames para confirmar doença: Catecolaminas e frações plasmáticas: Epinefrina: 27365 pg/dL, Norepinefrina: 30 pg/dL, Dopamina: 170 pg/dL; Metanefrinas e frações urinárias: Normetanefrina: 12358,6 mcg/24h, Metanefrina: 152,7 mcg/24h, Ácido Vanil Mandélico: 52,2 mg/24h. Ressonância de abdome: formação expansiva no rim esquerdo hipointensa em T1 e hiperintensa em T2 com realce pelo contraste medindo 6,1 cm no maior diâmetro de aspecto neoplásico. Paciente encaminhada a cirurgia para nefrectomia total esquerda, evoluindo sem complicações e com melhora dos sintomas e pressão arterial.

Conclusões/Considerações finais

O feocromocitoma é um tumor raro e de elevada mortalidade, sendo maligno em cerca de 10% dos casos. A paciente apresentava alguns sintomas clássicos de hiperatividade adrenérgica. O diagnóstico laboratorial é sugestivo ao se encontrar valores altamente elevados nas dosagens das metanefrinas e normetanefrinas urinárias, sendo mandatória a localização da massa tumoral, através de exames de imagem. A base do tratamento consiste na ressecção em bloco do tumor.

Palavras Chaves

Feocromocitoma; Hipertensão secundária

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - Bahia - Brasil

Autores

André Victor Queiroz Borges de Melo, Kleber Neves de Oliveira, Klecius Daniel de Carvalho Aguiar, Bartira Rezende Ramos