Relato de Caso: Diabetes Insípidus Central
O Diabetes Insípidus (DI) é caracterizado pela excreção de volumes elevados de urina hipotônica e insípida devido a distúrbios de síntese, secreção e ação do hormônio vasopressina (ADH), assim o filtrado glomerular não é concentrado e urina hipotônica é excretada, levando a um aumento da osmolalidade plasmática e manifestações clínicas de polidipsia e poliúria hipotônica. A polidipsia ocorre como mecanismo compensador na tentativa de manter o balanço hídrico nos pacientes acometidos pelo DI (ARIMA et al, 2016).
Relatar a sintomatologia e evolução clínica de paciente previamente hígida com quadro de DI Central.
Relato de caso de paciente com DI. As informações foram obtidas a partir da análise do prontuário, revisão de literatura e registro dos exames realizados.
Paciente de 31 anos, feminina, consulta no ambulatório de endocrinologia por motivo de polidipsia, poliúria e nictúria há 2 anos. Na história mórbida pregressa apresenta obesidade grau 3, IMC: 40,2. No exame físico se encontra em bom estado geral. O serviço de endocrinologia solicita exames iniciais que mostram anemia hipocrômica microcítica moderada, eletrólitos normais, função renal normal, hemoglobina em jejum e hemoglobina glicada normais, níveis de hormônios tireoidianos normais, hormônios sexuais normais. Evidencia-se no parcial de Urina: DU: <1005 acompanhado de osmolaridade urinária de 94 e osmolaridade sérica de 284. Paciente submetida ao teste de Dashe que mostra aumento da osmolaridade urinária nas primeiras 8 horas de forma lenta, e um aumento marcado ascendente até em 50% com o uso da desmopressina (DDAVP). Paciente começa tratamento com DDAVP intra nasal, com melhora dos sintomas. Posteriormente é realizada uma Ressonância Magnética de crânio que mostra o sinal característico da hipodensidade da neuro hipófise, confirmando o caso de DI Central.
A fim de um acurado diagnóstico de DI Central, é necessário diferenciar esse transtorno de outras síndromes poliúricas, considerando que muitos pacientes com essa patologia têm sede o suficiente para igualar a ingesta hídrica à eliminação urinária, de modo que haja poucas alterações em exames laboratoriais no início da doença, o que ressalta a validade de uma detalhada história clínica e exame físico do paciente com suspeita de DI Central. Ademais, se associado à poliúria e à polidipsia houver alterações visuais, deve-se suspeitar de DI Central.
Diabetes; vasopressina; endocrinologia
Clínica Médica
Ana Carolina Pereira Fischer, Fulvio Clemo Santos Thomazelli, Graziela Peluso Alba, Franco Alexsis Salazar Aguilar