14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

MINASCENTRO - Belo Horizonte /MG | 04 a 06 de Outubro de 2017

Dados do Trabalho


Título

Paracoccidioidomicose em trabalhador urbano

Fundamentação/Introdução

A Paracoccidioidomicose é uma micose sistêmica causada pelo fungo Paracoccidioides brasiliensis. Esse fungo apresenta distribuição limitada a áreas da América Central e do Sul, especialmente em áreas rurais.

Objetivos

Relatar um caso de paracocciodioidomicose em um trabalhador urbano, com perda ponderal significativa.

Delineamento/Métodos

Homem, 45 anos, pedreiro, procurou nosso pronto-socorro por feridas na boca e dificuldade para se alimentar há 3 meses. Referia perda ponderal de 35 kg no período, além de febre intermitente. Trazia com ele um TC de pescoço e referia estar em investigação desses sintomas e que estava aguardando o resultado da biópsia dessas lesões. Negava história epidemiológica importante, exceto por ter vivido até os 10 anos de idade em área rural. Ao exame físico, encontrava-se emagrecido, com abaulamento em região do pescoço bilateralmente e múltiplas linfonodomegalias cervicais. À oroscopia evidenciavam-se múltiplas lesões ulceradas com base granular eritematosa, salpicadas por pontos hemorrágicos. A TC de tórax mostrou micronódulos difusos pelo parênquima pulmonar com padrão de distribuição miliar associados a pequenos focos de consolidação nos lobos inferiores. Após o resultado da biópsia das lesões foi confirmado o diagnóstico de paracoccidioidomicose. O paciente foi então submetido à tratamento com sulfametoxazol-trimetropim, com significativa melhora clínica.

Resultados

Essa condição ocorre principalmente em homens adultos entre 30 e 60 anos e que trabalham em áreas rurais. Trata-se da principal micose sistêmica nas áreas endêmicas para o fundo. Após sua inalação, o paracoco tipicamente causa lesões pulmonares assintomáticas. Caso a infecção não seja contida pelo hospedeiro o paciente pode evoluir para a forma clínica aguda ou crônica. A grande maioria dos pacientes evoluem para a forma crônica, geralmente após vários anos da infecção primária, como no caso apresentado. O tratamento consiste no uso de itraconazol ou sulfametoxazol-trimetoprim.

Conclusões/Considerações finais

A Paracoccidioidomicose é uma doença com significativa morbidade, observada principalmente em habitantes de áreas rurais, porém deve ser aventada em pacientes com úlceras orais, emagrecimento e lesões pulmonares.

Área

Clínica Médica

Instituições

Hospital Santa Isabel - Santa Catarina - Brasil

Autores

Maurício Felippi Sá Marchi, Ana Paula Schramm Caetano, Anderson Zeschau, Mireli Martins Nascimento, Rodrigo Duarte Perez