14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

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MINASCENTRO - Belo Horizonte /MG | 04 a 06 de Outubro de 2017

Dados do Trabalho


Título

ESÔFAGO EM QUEBRA NOZES: RELATO DE CASO

Fundamentação/Introdução

Relatado pela primeira vez em 1977, o esôfago em quebra nozes (EQN) é considerado uma alteração primária da motilidade esofagiana, caracterizado por ondas peristálticas distais de elevada amplitude e descrito inicialmente em pacientes com dor torácica não cardíaca. O valor desta alta amplitude é, em média, 180 mmHg. Os sintomas clássicos são dor torácica e/ou disfagia, sendo possível pacientes se apresentarem assintomáticos.

Objetivos

Relatar o caso de paciente diagnosticada com esôfago em quebra nozes.

Delineamento/Métodos

Relato de caso através de revisão de prontuário.

Resultados

M.I.E.M, 67 anos, branca, com queixa de disfagia baixa há cerca de dez meses, na maioria das ingestas alimentares, independente de consistência, que piorava com alimentos sólidos e disfagia também para líquidos. Referia ainda sensação de “bolus” esofágico. Estava realizando tratamento para doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) há anos, em uso crônico de Pantoprazol 40 mg, com melhora da pirose. Em endoscopia realizada dez meses antes da consulta, demonstrou-se gastrite enantemática leve de antro e pólipos sésseis em corpo gástrico compatíveis com pólipos de glândulas fúndicas (benignos). Usou vários medicamentos sem melhora do quadro. Foi realizada manometria esofágica que demonstrou ondas de amplitude aumentada em metade distal de esôfago, compatível com EQN. Assim, a paciente passou a utilizar procinéticos com discreta melhora dos sintomas, os quais se estabilizaram durante o tratamento. Exame físico sem alterações.

Conclusões/Considerações finais

Há controvérsias a respeito do EQN. Alguns autores afirmam que se trata de um marcador de dor torácica não cardíaca, enquanto outros argumentam que as alterações encontradas são uma resposta exacerbada do esôfago a estímulos externos, como o estresse. Alguns estudos apontam a coexistência de DRGE com o EQN, reforçando a importância do diagnóstico, diferenciando-o de outras causas, como no caso relatado, no qual a paciente era diagnosticada previamente com DRGE. Ademais, vários relatos demonstram a evolução do EQN para acalasia e espasmo esofagiano difuso - distúrbio motor inespecífico, sugerindo que o EQN pertença ao espectro de distúrbios motores esofagianos.
Há poucos estudos que apontam a associação do EQN com DRGE, pois a maioria dos autores descrevem a patogênese e tratamento do EQN, havendo necessidade de artigos que estabeleçam as manifestações, a progressão e as consequências em relação à escolha do tratamento.

Palavras Chaves

Esôfago em quebra nozes
Disfagia
Distúrbio motor esofagiano

Área

Clínica Médica

Autores

Débora Santos Rodrigues, Fernanda Bortolanza Hernandes, Pedro Augusto Casagrandi Alves de Moraes, Clóvis Massato Kuwahara