14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

MINASCENTRO - Belo Horizonte /MG | 04 a 06 de Outubro de 2017

Dados do Trabalho


Título

Doença de Graves associado a trombocitopenia- Relato de caso

Fundamentação/Introdução

Introdução:
A doença de Graves constitui a forma mais comum de hipertireoidismo, caracterizando-se por ser uma doença autoimune em que há o aparecimento de anticorpos antirreceptor de TSH (TRAb). Dentre as opções de tratamento, as drogas antitireoidianas(DAT) são: propiltiouracil e tapazol. Na literatura existem poucos casos de trombocitopenia como efeito adverso do tapazol.
A trombocitopenia imune primária (PTI) é uma entidade caracterizada pela contagem de plaquetas inferior a 10x105/mm3. Existem poucos casos descritos na literatura que associam doença de Graves e PTI, embora sua associação seja bem documentada

Objetivos

Objetivo
Relatar um caso de Doença de Graves com manifestações atípicas. Realizado estudo de descrição de caso.

Delineamento/Métodos

Descrição de caso

Resultados

Resultados:
Paciente do sexo feminino, 14 anos, diagnóstico de hipertireoidismo por doença de Graves em 2013. Estava em uso de tapazol desde o diagnóstico, com bom controle (TSH: 2,31 uUI/mL, T4livre: 1,09 ng/dl) e títulos discretamente positivos do TRAb (2,89UI/L). Evoluiu em 10 de outubro de 2016 com hematomas difusos, procurandoo pronto atendimento. O hemograma da admissão evidenciou trombocitopenia importante (Hb 12,1g/dl; LG 8920/mm3; Plaquetas 10000/mm3). Na época, a paciente recebeu hemotransfusão de plaquetas, sendo suspenso o tapazol e iniciado prednisona 1mg/kg. Com as medidas adotadas, houve melhora rápida e progressiva da contagem de plaquetas (16/10/2016: Hb 13g/dl; LG11600/mm3; Plaquetas 172000/mm3), sem recorrência do quadro. Paciente foi mantida sem DAT, com descompensação da função tireoidiana (21/02/2016 TSH 0,02uUI/Ml; T4 livre 4,04 ng/dl) até a realização do radioiodo em fevereiro de 2017.

Conclusões/Considerações finais

Com as medidas instituídas, a suspensão do tapazol e início da corticoterapia, houve uma melhora rápida dos níveis de plaquetas, o que já era esperado tanto no tratamento da PTI quanto na trombocitopenia causada por drogas. É importante considerar que a paciente recebeu hemotransfusão, o que poderia levar a uma queda adicional das plaquetas nos casos da PTI, porém a paciente estava em uso de corticoide. É controverso se o hipotireoidismo descompensado seja um fator de risco para o desenvolvimento da PTI. Geralmente a plaquetopenia por drogas acontece precocemente, mas pode ocorrer meses/anos após o seu início. Uma vez que diagnóstico diferencial entre as duas condições foi impossível de ser dado retrospectivamente, optou-se por manter a paciente sem tapazol e manter a vigilância das plaquetas.

Palavras Chaves

Doença de Graves, plaquetopenia, tapazol, drogas anti tiroidianas, trombocitopenia autoimune

Área

Clínica Médica

Autores

Adriana Martins Monteiro de Castro, Bruna Araujo Martins Resende, Barbara Lorenzoni, Mariana Shreiber Kill, Ana Carolina Stefenoni Ribeiro