PÉ DIABÉTICO: COMPLICAÇÃO ASSOCIADA AO CONTROLE INADEQUADO DO DIABETES MELLITUS (DM)
INTRODUÇÃO/FUNDAMENTOS: Úlceras nos pés e amputação são complicações freqüentes em portadores de DM - neste grupo, o risco de amputação de membros inferiores é aproximadamente 40 vezes maior que na população geral. Com isso, em termos globais, a complicação do diabetes conhecida como "Pé Diabético" ocupa os primeiros lugares entre os principais problemas de saúde, afligindo vários países do mundo e causando grande impacto sócio econômico.
OBJETIVOS: Relatar caso de paciente que, devido ao controle inadequado do DM, teve complicações resultantes em úlcera no pé. Evidenciar a importância do controle do DM nos postos de saúde, da realização de exames periódicos e de orientações de autocuidado.
DESCRIÇÃO DO CASO: Paciente G.M.S., 53 anos, sexo feminino, dona de casa, viúva, negra. Paciente possui úlcera profunda no pé esquerdo, decorrente de complicações do DM. A úlcera iniciou ao ter agravado um machucado causado pelo sapato apertado, de modo a progredir desde outubro de 2015. Não foram receitados antibióticos para tratamento da úlcera. Alega nunca ter sido atendida por médico na Unidade Básica de Saúde (UBS), pois o local estava em falta de médicos. Comparece à UBS toda semana para trocar o curativo, de folha de carvão ativado.
História Pregressa: Perdeu a visão do olho direito, decorrente de aneurisma cerebral no ano de 1990. Possui enxerto na perna decursivo de complicações da Elefantíase Nostra. Refere visão turva em determinadas épocas. Possui manchas decorrentes de dermatite ocre associada à insuficiência venosa. Refere adinamia e cansaço. Comorbidades Clínicas: Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), DM 2, insuficiência venosa, dermatite ocre, elefantíase nostra. História Familiar: Mora sozinha, tem 5 filhos. A preceptora dos acadêmicos ajustou a receita da paciente, receitou antibiótico para a úlcera e solicitou eletrocardiograma e exames laboratoriais. Houve acompanhamento da troca de curativos pelos acadêmicos durante os meses de setembro, outubro e novembro de 2016, com registro fotográfico das progressões de melhora.
CONCLUSÃO/CONSIDERAÇÕES FINAIS: A situação da paciente em questão poderia ter sido evitada caso ela tivesse recebido um atendimento periódico, com controle do DM e orientações de autocuidado. Além disso, o antibiótico deveria ter sido introduzido previamente para tratar a úlcera. Quanto mais precoce e adequado for o tratamento da úlcera no pé diabético, maiores serão as possibilidades de sucesso e menores os riscos de amputação.
úlcera diabética do pé; complicações do diabetes; referência e consulta
Clínica Médica
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG) - Minas Gerais - Brasil
Marcela Guimarães Campos Carneiro, Mariana Carvalhais Costa, Camila Azalim de Campos, João Pedro Satuf Silva de Carvalho, Julia Melo Neves