USO DE PULSOTERAPIA NA FIBROSE PULMONAR IDIOPÁTICA: RELATO DE CASO.
A fibrose pulmonar idiopática (FPI) é uma das doenças pulmonares intersticiais mais comuns. É definida como uma forma específica de pneumonia intersticial fibrosante crônica, de etiologia incerta, que ocorre principalmente em idosos, limitada aos pulmões, e associada ao padrão histológico de pneumonia intersticial usual (PIU). Em relação ao tratamento, a necessidade de diferenciação da FPI dentre as outras doenças intersticiais pulmonares vem crescendo devido ao fato de recentes evidências mostrarem opções terapêuticas específicas para estes pacientes que retardam a evolução da doença e exacerbações agudas.
Relatar um caso de PIU com exacerbação aguda e boa resposta após tratamento com pulsoterapia.
Estudo observacional do tipo relato de caso.
Paciente branco, masculino, 76 anos, hipertenso, renal crônico não dialítico, diabético, cardiopata e portador de FPI, iniciou com quadro de infecção respiratória aguda com exacerbação e piora da dispnéia Classe Funcional II para IV (MRC), febre (39ºC) e prostração. Realizada Tomagrafia Computadorizada (TC) de tórax durante a internação que demonstrou piora do padrão intersticial quando comparada à TC de tórax anteriores, com espessamento de septos inter e intralobulares, associado à bronquiectasias e bronquioloectasias de tração, além de áreas de faveolamento, principalmente em lobos inferiores, e áreas de opacidades em vidro fosco difusas. Instituído esquema antimicrobiano com Meropenem e Polimixina B evoluiu com piora do padrão respiratório e piora das escórias renais, necessitando de sessões de Terapia de Substituição Renal (TSR) por Hemodiálise e Intubação Traqueal. Iniciada pulsoterapia com Metilprednisolona, paciente apresentou boa resposta, evoluindo com melhora importante do padrão respiratório e possibilidade de extubação em sequência. Realizada nova TC de tórax que demonstrava padrão de PIU avançada havendo vidro fosco em lobos inferiores com melhora significativa em relação ao exame prévio. Recebeu alta hospitalar em uso de CPAP noturno, sem O2 suplementar e com programação de TSR rotineira.
Atualmente existem tratamentos que comprovadamente retardam a progressão da doença e as exacerbações (Nitendanib e Pirfenidona). Porém, na exacerbação aguda com grave Insuficiência Respiratória Aguda, a pulsoterapia com Metilprednisolona é uma opção terapêutica eficaz em alguns casos e deve sempre ser aventada sua utilização.
fibrose pulmonar idiopática, pulsoterapia, pneumonia intersticial usual
Clínica Médica
Hospital Madre Teresa - Minas Gerais - Brasil
Kênnya Gonçalves Capanema, Thaís Mesquita Ferreira, Luane Aparecida Dantas de Oliveira, Ana Cecília Cardoso de Sousa, Frederico Thadeu Assis Figueiredo Campos