Plasmocitoma solitário ósseo: Relato de caso.
INTRODUÇÃO: O plasmocitoma solitário ósseo (PSO) é uma neoplasia rara que compreende menos de 5% de todas as neoplasias de células plasmáticas. É caracterizado pela presença de um plasmocitoma na ausência de múltiplas lesões osteolíticas ou outros achados compatíveis com mieloma múltiplo. Apesar disso cerca de 50% dos pacientes com PSO vão desenvolver mieloma múltiplo num período de 10 anos.
OBJETIVO: Relatar um caso de PSO localizado na coluna lombar com enfoque no seu estadiamento para exclusão de mieloma múltiplo.
DESCRIÇÃO DO CASO: Paciente do sexo feminino, com 34 anos, solteira. Encaminhada ao serviço de ortopedia em janeiro de 2014 com queixa de dor em coluna lombar iniciada há seis meses. Realizou tomografia computadorizada que mostrou achatamento e fratura na vértebra lombar 2 (L2) de provável origem patológica. Paciente foi submetida a procedimento cirúrgico para estabilização e fixação da coluna e biópsia local com estudo imuno-histoquimico cujo conjunto de achados favorecia diagnóstico de plasmocitoma. Foi encaminhada ao serviço de hematologia em agosto de 2014 para investigação de possível comprometimento sistêmico e tratamento. No estadiamento a biópsia de medula óssea foi normal, o mielograma apresentava celularidade adequada para a idade com 6% de plasmócitos, as radiografias de crânio, bacia e ossos longos não mostraram lesões líticas, a eletroforese de proteínas séricas foi negativa para proteína monoclonal, a imunofixação sérica e urinária veio negativa, além disso, a avaliação laboratorial incluindo hemograma, função renal e dosagem de eletrólitos encontrava-se dentro dos limites da normalidade, confirmando diagnóstico de PSO ao excluir comprometimento sistêmico, isto é, mieloma múltiplo. Indicou-se dose de 4500 cGy em 25 frações com técnica conformacional sobre L2. O término do tratamento com radioterápico se deu em dezembro de 2014. A proposta para seguimento incluía estadiamento trimestral, no entanto, a paciente não aderiu a recomendação e tem realizado consultas anuais, a última em fevereiro de 2017 e mantinha-se sem evidências de mieloma múltiplo.
Relato de caso
CONCLUSÃO: PSO é uma condição rara que requer, impreterivelmente, exclusão de mieloma múltiplo. Além disso, visto sua frequente evolução para mieloma múltiplo, o estadiamento como rotina se torna imprescindível mesmo após tratamento radioterápico.
plasmocitoma; estadiamento; mieloma múltiplo
Clínica Médica
Hospital Municipal de Governador Valadares - Minas Gerais - Brasil, Núcleo de Especialistas em Oncologia do Hospital Bom Samaritano - Minas Gerais - Brasil, Universidade Federal de Juiz de Fora- Campus Governador Valadares - Minas Gerais - Brasil
Vanessa Ramos Motta, Pâmella Castro Justino Oliveira, Rodrigo Dutra Fontes