14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

MINASCENTRO - Belo Horizonte /MG | 04 a 06 de Outubro de 2017

Dados do Trabalho


Título

Canal arterial patente em paciente com 68 anos: relato de caso.

Fundamentação/Introdução

A persistência do canal arterial (PCA) é a terceira anormalidade congênita mais comum. A maioria é diagnosticada e tratada na infância, contudo pode haver casos só detectados na adolescência ou idade adulta. A magnitude do shunt depende da resistência oferecida pelo canal se o canal é pequeno, ou pela resistência vascular pulmonar se o canal é grande. Com a PCA podem surgir algumas complicações, como sobrecarga de átrio e ventrículo esquerdo, fibrilação atrial, alterações vasculares pulmonares (podendo culminar com Síndrome de Eisenmenger), endocardite, pneumonia recorrente, insuficiência cardíaca congestiva, calcificação, aneurisma e raramente ruptura. O fechamento pode ser feito por implante de endoprótese ou por cirurgia aberta.

Objetivos

Relatar caso clinico de uma PCA, sendo essa uma cardiopatia congênita raramente encontrada em adulto.

Delineamento/Métodos

Estudo descritivo por análise de prontuário e exames complementares.

Resultados

Paciente do sexo feminino, 68 anos, hipertensa e obesa, encaminhada por descontrole pressórico e também por sintomas de dispneia aos esforços. Ecocardiograma evidenciou ventrículo esquerdo com dilatação moderada e disfunção diastólica grau 2, dilatação importante de átrio esquerdo, insuficiência mitral e tricúspide discretas, hipertensão pulmonar (HP) discreta, dilatação da artéria pulmonar com imagem sugestiva de PCA de 4 mm de diâmetro. Solicitado aortografia torácica e pulmonar que revelou presença de canal arterial patente e artérias pulmonares proximais calibrosas. Angiotomografia de aorta torácica evidenciou tronco pulmonar com dilatação importante, artérias pulmonares direita e esquerda dilatadas em suas porções proximais, PCA com extremidade aórtica 1,0 x 0,9 cm e pulmonar de 0,6 x 0,4 cm, presença de placas calcificadas no arco e na borda inferior do canal. Concluído tratar-se de miocardiopatia secundária à PCA. Como a paciente manteve-se sintomática mesmo após otimização de medicações para tal, optado por indicar fechamento do defeito.

Conclusões/Considerações finais

A PCA é uma cardiopatia congênita raramente encontrada em adultos. As fases iniciais da doença se manifestam como dispneia e intolerância aos esforços, sendo que a fase final pode cursar com HP, cianose e inversão do shunt (Síndrome de Eisenmenger), cujo prognóstico é reservado. Quando sintomática, deve ser indicada correção. O implante de endoprótese é um procedimento menos invasivo e com excelentes resultados, devendo ser a primeira escolha, salvo impossibilidade de realização do mesmo.

Palavras Chaves

Área

Clínica Médica

Instituições

Centro Universitário do Espírito Santo - Espírito Santo - Brasil

Autores

Laís Vago, Julia Assis Pires, Paula Gomes Martins, Paulo Roberto Angelete Alvarez Bernardes