14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

MINASCENTRO - Belo Horizonte /MG | 04 a 06 de Outubro de 2017

Dados do Trabalho


Título

ELEVAÇÃO DE LIPASE EM PACIENTES SEM PANCREATITE ATENDIDOS NO SERVIÇO DE EMERGÊNCIA

Fundamentação/Introdução

A literatura identifica outras causas para aumento da lipase, além da pancreatite, como redução da depuração renal, neoplasia, doença crítica, doença pancreática não inflamatória, diabetes, drogas e infecções. Também é descrita a elevação de lipase em pacientes com gastroenterite aguda, geralmente jovens, não sendo, entretanto, marcador de pior prognóstico ou de mudança na evolução do quadro.

Objetivos

Avaliar a evolução de três casos de pacientes atendidos na Emergência com aumento dos níveis séricos de lipase, sem a identificação de pancreatite.

Delineamento/Métodos

Relato de casos, com análise retrospectiva de prontuários médicos.

Resultados

CASO 1. Sexo masculino, 17 anos, vômitos de repetição e dor abdominal epigástrica. Abdome doloroso à palpação. Lipase (9h) = 1090 U/L, USG abdome normal e TC de abdome com distensão de alças intestinais e pâncreas normal. Lipase (13h) = 347 U/L. Desenvolve febre e volta a vomitar, sendo internado. Lipase no dia seguinte 117 U/L. Recebe alta no mesmo dia.
CASO 2. Sexo feminino, 37 anos, há 36h com náuseas persistentes, sem alívio com sintomáticos. Exame físico normal. Lipase (22:30h) = 1263 U/L. TC de abdome sem alterações. Permanece em observação, com hidratação venosa e sintomáticos. Na manhã do dia seguinte, lipase = 421 U/L. Recebe alta pouco depois.
CASO 3. Sexo masculino, 19 anos, há 48h com vômitos e diarreia, sem alívio com sintomáticos. Abdome doloroso difusamente, sem irritação peritoneal. Lipase (15h) = 1329 U/L. USG e TC de abdome normais. Internado para hidratação venosa e sintomáticos. Lipase (13h do dia seguinte) = 143 U/L. Recebe alta pouco depois.
Foi utilizada a mesma metodologia laboratorial em todos os casos, com valores de referência para a lipase = 73 a 393 U/L. Em todos, observou-se queda da lipase, com curva de decréscimo no CASO 1. Em todos, a amilase estava normal. Essa mesma metodologia foi utilizada em outros pacientes que não tiveram detecção de elevação de lipase exceto em casos de pancreatite documentada no período. Em todos os três casos, todos os resultados foram confirmados com outra metodologia, mantendo a mesma interpretação.

Conclusões/Considerações finais

Identificamos três casos de elevação da lipase sem constatação de pancreatite, sinalizando a existência de outras causas para tal elevação, mas que não parecem influenciar evolução ou desfecho. O diagnóstico diferencial com pancreatite continua a ser relevante para a análise decisória em ambiente de Emergência.

Palavras Chaves

Lipase, pancreatite, prognóstico

Área

Clínica Médica

Instituições

Hospital Samaritano - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

Villela Cesar, Maria Fernanda Pinheiro, Rita Iglezias, Marcela Haas Pizarro, Regis Goes