Título

MOTIVOS PARA A NÃO CAPTAÇÃO DE ÓRGÃOS DE POTENCIAIS DOADORES NO MUNICÍPIO DE SANTARÉM DE 2012 A 2016

Fundamentação/Introdução

O programa público de transplantes no Brasil é o maior do mundo e tem apresentado um número crescente de doação de órgãos. Entretanto, a taxa de doação ainda é insuficiente e depende da notificação compulsória de potenciais doadores à Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos e Tecidos.

Objetivos

Descrever os motivos para a não captação de órgãos de potenciais doadores no município de Santarém no período de 2012 a 2016.

Delineamento/Métodos

O estudo é descritivo; quanto ao momento do tempo é transversal e de natureza quantitativa. A amostra foi composta de 93 prontuários de pacientes que iniciaram o protocolo de morte encefálica no período de 2012 a 2016 no Hospital Regional do Baixo Amazonas, localizado em Santarém Pará. Os dados foram coletados dos prontuários dos potenciais doadores, seguindo um roteiro de pesquisa, no qual analisou-se o número de doadores elegíveis, doadores efetivos, as causas de não efetivação da doação, as causas de recusa familiar e dados epidemiológicos, como, ano da doação, gênero, idade, estado civil, procedência, causa do óbito e órgão/tecido doado. A ferramenta utilizada para processamento dos resultados através de recursos da estatística descritiva e construção de tabelas e gráficos foi o Microsoft Office Excel 2013®.

Resultados

Constatou-se que dos 93 prontuários de potenciais doadores analisados, 46% eram doadores elegíveis e, destes, apenas 21% tornaram-se realmente efetivos. Verificou-se também que em alguns momentos a taxa de doadores efetivos na região do Baixo Amazonas foi superior à média do Estado do Pará, como em 2012 (5,9 pmp) e 2013 (4,2 pmp). Entre as causas de não efetivação a maioria foi por contraindicação médica (37%), seguida de recusa familiar (35%), parada cardiorrespiratória antes do diagnóstico de morte encefálica (21%), parada cardiorrespiratória após diagnóstico de morte encefálica (6%) e problemas logísticos/estruturais (1%). Quanto aos motivos de recusa familiar o principal foi o de familiares indecisos (24%) e, no que se refere à contraindicação médica, em primeiro lugar aparece infecção grave (39%). Além disso, os doadores efetivos eram predominantemente do sexo masculino (78%), na faixa etária dos 18 aos 49 anos, solteiros (56%), procedentes de Santarém (67%) tendo como principal causa de óbito o traumatismo cranioencefálico (67%) e o órgão mais doado foi o rim (69%).

Conclusões/Considerações finais

Nessa perspectiva, a abordagem ao tema foi pertinente devido à taxa de doadores efetivos ser muito abaixo se comparada a outras regiões do país.

Palavras Chaves

Epidemiologia; Transplante de órgãos; Doação de órgãos

Área

Clínica Médica