14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

MINASCENTRO - Belo Horizonte /MG | 04 a 06 de Outubro de 2017

Dados do Trabalho


Título

Doença de Devic: Resposta à plamaférese com recuperação da visão e dos movimentos

Fundamentação/Introdução

Neuromielite Óptica (NMO – Doença de Devic), é uma síndrome inflamatória, desmielinizante e autoimune do sistema nervoso central rara, caracterizada classicamente pela associação, simultânea ou sequencial, de mielite aguda e neurite óptica. Ao exame laboratorial, identificada através do autoanticorpo antiaquaporina 4, relativamente comum em raças não–brancas, mulheres, em idades precoces na forma monofásica. Como a apresentada no relato de caso, que cursa com eventos temporalmente mais próximos entre si e os surtos são mais severos, embora a longo prazo apresentem boa recuperação funcional.
Somente com diagnóstico precoce e tratamento imediato, haverá prevenção secundária das recorrências e seus déficits neurológicos.

Objetivos

Relatar caso de neuromielite óptica que respondeu ao tratamento com plasmaférese.

Delineamento/Métodos

Relato de caso, consentido.

Resultados

Mulher, 22 anos, parda, proveniente e natural da Venezuela, estudante e nuligesta. Q.P: “perdi a visão do OD”
Admitida no hospital no dia 08/03/2017, com histórico de doença de Devic há 6 anos, com presença de crises convulsivas com intervalo de 3 meses. Relata que durante a 2° crise teve perda súbita da visão do OE. Cerca de 3 meses após, paciente manifestou hemiparesia e hemiparesteria à E, internada, recebeu o diagnóstico de NMO, confirmada por RNM, apresentando mielite transversa em 3 segmentos vertebrais, anticorpos NMO positivo e fundoscopia alterada.
Há 1 semana, evoluiu com alterações visuais do OD, descontrole esfincterianos, dificuldade e dores para locomoção. Ao exame neurológico, OE midriático, pupilas fotorreagentes, força em MMII grau 2, MMSS grau III. Reflexo patelar grau IV, Babinski presente, Hoffmann ausente e sem alterações de pares cranianos. Recebeu o tratamento com metilprednisolona 1g por 5 dias, seguida de 1mg/kg de prednisona oral por 1 mês; com melhora parcial da visão, indicada plasmaférese. Após 4 sessões de plasmaférese, teve melhora da visão e da movimentação dos MMII. No dia 29/04, paciente recebeu alta hospitalar, com melhora dos movimentos e crises convulsivas, orientada a fazer seguimento com neurologista.

Conclusões/Considerações finais

Portanto, fica claro que em casos refratários as elevadas doses de esteroides e na presença de déficits neurológicos severos, o tratamento com Plasmaférese de 5-7 vezes (segunda linha de tratamento) durante um período de 2 semanas, se faz essencial para possível resolução do quadro, como nesse caso, os sintomas foram revertidos, com recuperação parcial da visão do OE e movimentação de MMII.

Palavras Chaves

Neuromielite óptica; Plasmaférese; Doença de Devic;

Área

Clínica Médica

Instituições

Hospital Geral de Roraima - Roraima - Brasil, Universidade Federal de Roraima - Roraima - Brasil

Autores

Brenda Santos Gonçalves, Dkaion Vilela de Jesus, Shelysdon Silva Martins, Estela Luiza Teixeira Muniz, Jérula Katherine Lima de Oliveira