14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

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MINASCENTRO - Belo Horizonte /MG | 04 a 06 de Outubro de 2017

Dados do Trabalho


Título

Síndrome de Wallenberg: Oclusão parcial da artéria vertebral posterior sem causa esclarecida com recuperação total dos sintomas.

Fundamentação/Introdução

A Síndrome de Wallenberg ou síndrome bulbar lateral é caracterizada por vertigem, parestesia da face ipsilateral e dos membros contralaterais, diplopia, rouquidão, disartria, disfagia e Síndrome de Horner ipsilateral, causada por oclusão embólica ou trombose de uma porção do quarto segmento da artéria vertebral que causa isquemia bulbar lateral. A dissecção da artéria vertebral (DAV) é menos comum, somente 15% dentre as causas.
As DAV têm sido classificadas em espontâneas e associadas a traumas. Excluído o trauma, deve haver investigação para dissecções ditas espontâneas.

Objetivos

Relatar caso de Síndrome de Wallenberg por DAV em terço médio.

Delineamento/Métodos

Relato de caso, consentido.

Resultados

Mulher, 28 anos, parda, natural e residente em Boa Vista-RR, psicóloga. QP: “Pior dor de cabeça”
Admitida no dia 07/04/17, com queixa de cefaleia súbita hemicraniana D, 10 na escala analógica de dor, com disfagia, disfonia e perda do equilíbrio ao deambular. Submetida a TC de crânio descartou causas hemorrágicas e outros distúrbios que simulam AVE.
Piorou da cefaleia, vômitos, singultos intermitentes, nistagmo, tontura, claudicação de MID, parestesia de face, extremidades e dimidio E. Força grau V. Fundoscopia e análise de liquor, sem alterações. Glasgow: 15. Pupilas fotorregentes, isocóricas. Estereoagnosia presente em dimídio E. Alterações em pares cranianos V, XI e X.
RNM documentou alteração do sinal junto a porção lateral do bulbo cerebral. Em T2 não foi visualizado sinal do fluxo da artéria vertebral à direita, sugerindo oclusão desse vaso. Realizado angio–RNM, com visualização de DAV à direita em terço médio.
O tratamento da DAV na fase aguda é a heparina, seguida de anticoagulação durante 3-6 meses. Em seguida, é iniciada a antiagregação plaquetária, a paciente já realizou/realiza estes tratamentos. O prognóstico é bom, 85% recuperando total ou parcialmente os seus défices neurológicos em 2-3 meses.
Evoluiu com melhora clínica, negando singultos, cefaleias, nistagmo e vômitos. Melhora da disfonia e disfagia pós-sessões de fisioterapia. Recuperação da sensibilidade tátil e dolorosa em dimidio E.

Conclusões/Considerações finais

A DAV é uma causa rara de AVE. Pela avaliação inicial era evidente uma síndrome de Wallenberg. A RNM mostrou uma área de infarto na fossa posterior e a angio-RNM revelou alterações compatíveis com DAV direita. A investigação efetuada não identificou qualquer condição predisponente. Foi instituída terapêutica correta e obteve evolução favorável.

Palavras Chaves

Síndrome de Wallenberg; Dissecção arterial; artéria vertebral; Síndrome bulbar lateral; Neurologia;

Área

Clínica Médica

Instituições

Hospital Geral de Roraima - Roraima - Brasil, Universidade Federal de Roraima - Roraima - Brasil

Autores

Brenda Santos Gonçalves, Dkaion Vilela de Jesus, Estela Luiza Teixeira Muniz, Jérula Katherine Lima de Oliveira