14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

MINASCENTRO - Belo Horizonte /MG | 04 a 06 de Outubro de 2017

Dados do Trabalho


Título

Angioedema Hereditário tipo III: relato de caso

Fundamentação/Introdução

O Angioedema Hereditário (AEH) corresponde a 2% dos angioedemas, desconhecido por muitos profissionais da saúde e por isso subdiagnosticado, podendo levar obstrução de laringe e suas complicações. O tipo III é raro, mas culmina em idas frequentes ao hospital e ansiedade no paciente pela não resposta aos medicamentos.

Objetivos

Elucidar sobre o diagnóstico de Angioedema Hereditário tipo III, evitando exposição ao fator desencadeante com consequente diminuição nas crises e melhoria na qualidade de vida.

Delineamento/Métodos

Paciente CSC, 21 anos, sexo feminino. Atendida no serviço de urgência com edema em lábios superiores, dorso do nariz e pálpebras com 2 horas de evolução.
Informa edema em pés e mãos associados a cólicas abdominais há 1 ano e, neste período, edema importante em face, sendo medicada com anti-histamínicos, sem melhora. Manteve quadro por alguns dias com resolução espontânea. Estava em uso de anticoncepcional oral (ACO) combinado há 1 ano.
Evidenciava ao exame, edema de face, sem alteração respiratória e orofaringe. Prescrito Hidrocortisona e liberada para domicílio.
Paciente retornou ao Pronto Atendimento após 5 horas da alta, com aumento do edema. Medicada com Prometazina e Ranitidina endovenosas, no entanto, manteve evolução do quadro. Administrado Adrenalina, mas evoluiu sem melhora clínica e então, indicado internação hospitalar. Neste período, mantida Hidrocortisona, Ranitidina e suspenso ACO.

Resultados

Durante a internação apresentou regressão progressiva dos sintomas, levantado a hipótese de AEH, realizado propedêutica disponível, com os resultados: C1q 22,8; C2 1,9; C3 1,41 e C4 0,16.
A ausência de alterações nos exame laboratoriais, melhora da sintomatologia após 72 horas de internação com a suspensão do ACO combinado, concluímos o diagnóstico do subtipo mais raro de AEH, o tipo III. Paciente recebeu alta com orientações de não utilizar medicamentos que contenha estrogênio e, desde a suspensão não apresentou novos surtos de edema.

Conclusões/Considerações finais

O AEH tipo III é uma doença genética rara e apresenta baixo índice de gravidade, mais interfere na qualidade de vida dos pacientes.
No caso descrito havia sinal clínico de angioedema, onde o aparecimento dos sintomas coincidia com o início do ACO combinado e sem resposta aos tratamentos instituídos. A melhora espontânea após 72 horas com a suspensão do medicamento hormonal confirmou o diagnóstico. A identificação precoce e interrupção do medicamento diminuem morbidade da doença resultando na melhoria da qualidade de vida.

Palavras Chaves

Angioedema hereditário
Anticoncepcional oral
Edema em face

Área

Clínica Médica

Instituições

Hospital Madre Teresa - Minas Gerais - Brasil

Autores

Camila Caetano Faria, Dayana Gomes Andrade, Ana Flavia Souza Luciano